Síndrome de Rubinstein-Taybi | Revista Médica Ed. 1 - 2018

Doença rara, com prevalência estimada em um caso para cada 100 a 125 mil nascimentos, merece atenção na infância.

  


Doença rara, com prevalência estimada em um caso para cada 100 a 125 mil nascimentos, a síndrome de Rubinstein-Taybi (SRT) merece atenção na infância, já que cursa com dismorfismos faciais, atraso no crescimento pós-natal, deficiência intelectual e, caracteristicamente, polegares e hálux alargados e angulados.


Apesar de o fenótipo variar entre os pacientes, a condição também pode levar à obesidade e a alterações oftalmológicas, renais e cardíacas, entre outras. Os indivíduos com SRT têm ainda um risco aumentado de contrair infecções e de desenvolver tumores, especialmente certos tipos de neoplasias cerebrais e hematológicas.


De herança autossômica dominante, a maioria dos casos de SRT ocorre de forma esporádica, sendo causada por uma mutação heterozigótica no gene CREBBP, localizado no cromossomo 16p13, o qual codifica um coativador transcripcional, denominado proteína de ligação CREB, que responde pelo controle da atividade de vários outros genes.


O diagnóstico da SRT é primeiramente clínico. A identificação da mutação no gene CREBBP, teste disponível no Fleury por sequenciamento de nova geração (NGS), confirma a condição. Contudo, vale ponderar que a ausência dessa mutação não afasta o diagnóstico, já que cerca de 3% a 8% dos casos derivam de alterações em outro gene, o EP300, e outros 30% permanecem sem causa genética definida.



Principais características clínicas da SRT


Faciais - Sobrancelhas arqueadas, columela saliente, nariz proeminente, palato em ogiva, malformações da arcada dentária e micrognatia, entre outras

Extremidades - Polegares e hálux frequentemente alargados e angulados

Neurológicas - Deficiência intelectual em graus variáveis, além de relatos de malformação de Chiari e siringomielia, entre outras

Oculares - Erros de refração, estrabismo, glaucoma, ptose e coloboma, entre outras

Cardíacas - Defeitos cardíacos congênitos em cerca de um terço dos pacientes

Geniturinárias - Anormalidades renais e criptorquidia, nos meninos

Pele - Possível formação de queloides mediante traumas leves

Tumores - Relatos de meningioma, oligodendroglioma, neuroblastoma, meduloblastoma, feocromocitoma, pilomatrixoma, rabdomiossarcoma e leucemia, entre outros


Ficha técnica
Sequenciamento do gene CREBBP
Método: Sequenciamento completo por NGS de todas as regiões codificantes e não codificantes adjacentes aos éxons do gene CREBBP
Amostra: sangue
Prazo: em até 30 dias corridos
Valor de referência: O resultado é acompanhado por um laudo interpretativo


Assessoria Médica
Dr. Caio Robledo Costa Quaio
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Dr. Carlos Eugênio Fernandez de Andrade
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Dr. Wagner Antonio da Rosa Baratela
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