A investigação deve considerar a hipótese de apendagite para evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários.
A investigação deve considerar a hipótese de apendagite para evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários.
O caso
Paciente masculino, 30 anos, com queixa de dor súbita no flanco esquerdo há 12 horas e sem alteração do hábito intestinal nem febre.
A investigação
Os exames laboratoriais mostram hemograma normal e aumento da velocidade de hemossedimentação. Já a tomografia de abdome aponta densificação focal da gordura pericólica, com aspecto nodular junto à borda antimesentérica do cólon descendente (veja setas) e sem espessamento significativo da parede colônica. Essa imagem é compatível com o diagnóstico de apendagite.
O Comentário
A apendagite é uma inflamação dos apêndices epiplóicos que afeta principalmente homens na quarta e quinta décadas de vida, estando associada a fatores como obesidade e realização de exercícios físicos esporádicos. O quadro clínico se caracteriza por dor aguda e contínua, localizada geralmente no quadrante inferior esquerdo do abdome, o que leva muitas vezes o clínico à suspeita de diverticulite aguda. Quando acomete o ceco, ou cólon ascendente, a queixa pode ser confundida com apendicite aguda.
A evolução, entretanto, é autolimitada, sem que haja náuseas, febre e leucocitose. Além disso, apenas uma minoria dos pacientes apresenta alteração do hábito intestinal, seja diarréia, seja obstipação. Os sintomas costumam se atenuar após cerca de 24 a 48 horas, embora não seja raro essa condição ter recidivas. O exame ultra-sonográfico pode evidenciar uma massa hiperecóica adjacente ao cólon, não compressível no ponto de maior dor do paciente e sem fluxo detectável ao Doppler, em seu interior. Na tomografia, porém, o padrão mais comum é o de uma lesão oval com menos de 5 cm de diâmetro, tipicamente de 1,5 cm a 3,5 cm, com atenuação semelhante à gordura, aderente à parede colônica anterior, e circundada por alterações inflamatórias. Tal aspecto determina freqüentemente uma aparência em “dedo de luva”. Apesar de se tratar de uma inflamação pouco freqüente, o fato de a apendagite ser autolimitada e ter imagem tomográfica típica torna a lembrança desse diagnóstico importante para evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários.
Assessoria Médica |
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Dr. Dario A. Tiferes: [email protected] |
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