Sou médico do esporte e faço avaliação de atletas amadores e profissionais. Recentemente, atendi um paciente de 30 anos, assintomático, que apresentava, no eletrocardiograma e no ecocardiograma, hipertrofia ventricular esquerda acima do esperado para um atleta. Nesse caso, a ressonância magnética do coração contribuiria com o diagnóstico? Em quais pacientes e em que momento da avaliação cardiológica o exame pode ser mais útil?
A atividade física, principalmente se realizada em nível profissional, é acompanhada de alterações adaptativas que podem ser difíceis de distinguir de algumas cardiopatias. Nesse contexto, os métodos de imagem, quando indicados adequadamente, auxiliam o diagnóstico diferencial e evitam o uso indiscriminado de testes ou a suspensão desnecessária da prática esportiva, o que gera custos sociais e para a saúde elevados.
A ressonância magnética do coração tem serventia para estudar a função miocárdica, malformações cardíacas e doenças inflamatórias miocárdicas, bem como para acompanhar o paciente após o infarto. Em atletas, consegue identificar alterações anatômicas para o diagnóstico de várias condições associadas à morte súbita, bem como proceder à análise funcional do coração diante de suspeita de cardiomiopatias. Outra utilidade do exame na população desportista é a possibilidade de fornecer dados a respeito da condição do miocárdio e permitir a correlação entre os achados de imagem e o quadro clínico.
RM de coração mostra hipertrofia, sem sinais de edema miocárdico, mas com realce tardio, que define a presença de cardiomiopatia hipertrófica.
Destaca-se que o ecocardiograma continua sendo o exame de primeira escolha para a análise funcional, mas a ressonância, por sua melhor reprodutibilidade, muitas vezes é fundamental para determinar anormalidades, permitindo a identificação da morfologia, da função contrátil, de isquemia e de fibrose no mesmo procedimento.
Em atletas assintomáticos, como é o caso de seu paciente, preconiza-se a realização de métodos de imagem após o encontro de alguma alteração nos testes de triagem (eletrocardiograma, teste de esforço e teste cardiopulmonar). O ecocardiograma deve ser feito em primeiro lugar e, na persistência de dúvidas diagnósticas, o passo seguinte pode ser a ressonância, se a suspeita mais forte for de presença de anomalias no miocárdio ou se o interesse for pesquisar fibrose, ou a tomografia, se houver necessidade de investigar doença coronariana ou origem anômala de coronária. A ressonância também está indicada se houver contraindicação à tomografia. Ainda não há consenso sobre a utilização de exames de imagem de rotina como primeira linha na avaliação de atletas assintomáticos.
Dr. Ibraim Masciarelli Francisco Pinto, assessor médico do Fleury em Cardiologia
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