A pseudoplaquetopenia é uma alteração laboratorial frequente, causada pela formação de microagregados de plaquetas in vitro.
A identificação desses artefatos laboratoriais no esfregaço de sangue periférico pode ser bastante difícil em alguns casos, tornando desafiador o diagnóstico diferencial com situações de plaquetopenia real.
No entanto, essa diferenciação é extremamente relevante para o paciente, pois a valorização de uma contagem de plaquetas falsamente baixa pode levar a investigações desnecessárias, inclusive com risco de exposição a procedimentos invasivos, como mielograma e biópsia de medula óssea.
Nesse contexto, o uso de alguns métodos simples pode ser de grande auxílio no diagnóstico inequívoco das pseudoplaquetopenias, como é o caso da agitação por vórtex para dissolução dos agregados plaquetários e do emprego de anticoagulantes alternativos ao EDTA.
Lâminas mostram, à esquerda, satelitismo plaquetário em leucócito polimorfonuclear e, à direita, plaquetas agregadas
Com essa finalidade, o Grupo de Hematologia do Fleury analisou 56.337 amostras não selecionadas e sequenciais de sangue periférico, coletadas em tubos com EDTA durante um período de 30 dias. Dentre os hemogramas, 117 casos (0,2%) apresentaram pseudoplaquetopenia, identificada pela sinalização automática do equipamento para a presença de plaquetas agregadas e por meio da análise morfológica microscópica.
Essas amostras foram submetidas à técnica de agitação mecânica pelo vórtex, durante dois minutos, e reprocessadas no equipamento Sysmex XE 2100 para nova contagem plaquetária. Com esse procedimento, o número de plaquetas normalizou-se em 100 das 117 amostras (85,5%).
Nos 17 casos restantes (14,5%), houve necessidade de nova coleta de sangue periférico em tubo sem EDTA. Em 12 (10,3%) deles, confirmou-se a impressão inicial de pseudoplaquetopenia EDTA-dependente e, nos cinco (4,3%) remanescentes, a deposição de fibrina foi identificada como a causa inicial dessa alteração laboratorial. Esses resultados comprovam que a técnica de agitação mecânica pelo vórtex é eficaz e soluciona a grande maioria dos casos de pseudoplaquetopenia sem interferir na qualidade do exame.
“O estudo demonstra a importância da existência de um fluxo na rotina laboratorial para identificar e resolver tais casos, garantindo a acurácia da contagem de plaquetas”, avalia o assessor médico em Hematologia do Fleury, Alex Freire Sandes.
Autores: MOURAD, S.C.; SANDES, A.F.; TAKIHI, I.Y.; PACHECO; L.Z.C.; CHAUFFAILLE; M.L.; RIZZATTI, E.G
Assessoria Médica |
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Dr. Alex Freire Sandes: [email protected] |
Dr. Edgar G. Rizzatti: [email protected] |
Dra. Maria de Lourdes Chauffaille: [email protected] |
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