O excesso de peso serve de fator de risco para o distúrbio, que, por sua vez, parece influenciar o metabolismo lipídico.
O excesso de peso serve de fator de risco para o distúrbio, que, por sua vez, parece influenciar o metabolismo lipídico.
A associação entre obesidade e distúrbios do sono tem sido observada há muitos anos, inclusive com relatos na literatura não médica, sendo o mais célebre o caso do personagem Joe, do livro The Posthumous Papers of the Pickwick Club, de Charles Dickens, publicado em 1836. Na obra, o escritor descreve Joe como um garoto obeso, roncador e que apresenta intensa sonolência durante o dia, o que o leva a adormecer nas situações mais inusitadas. Com o desenvolvimento da ciência médica e o surgimento de novos exames diagnósticos, sobretudo a polissonografia, a relação entre esses sintomas começou a se tornar mais clara até o reconhecimento e a descrição da síndrome da apneia obstrutiva do sono (Saos). O excesso de peso corporal tem grande influência na fisiopatologia da Saos, na medida em que o acúmulo de gordura na região da faringe, além de causar estreitamento de sua luz, altera as propriedades físicas da região, favorecendo um maior colapso. Dessa forma, a obesidade também é considerada um dos principais fatores de risco para a síndrome. A associação entre essas duas condições parece ser ainda muito mais complexa. Estudos recentes mostram que a apneia do sono, por sua vez, teria influência no metabolismo lipídico, tanto em nível hormonal quanto de expressão gênica, e que, dessa maneira, contribuiria para o paciente acumular gordura. Forma-se, portanto, um ciclo vicioso, no qual a obesidade leva ao aparecimento da Saos, enquanto esta estimula o acúmulo de gordura, dificultando a perda de peso. As particularidades dessa relação ainda estão longe de ser completamente entendidas, mas hoje é claro que o tratamento de tais pacientes deve compreender ações conjuntas e simultâneas para combater as duas condições. A utilização do aparelho de pressão positiva contínua de vias aéreas (CPAP) pode reduzir a sonolência e motivar os pacientes a emagrecer, o que ajuda a melhorar, mesmo que parcialmente, o distúrbio do sono. Reduções de cerca de 10% da massa corporal já diminuem significativamente a gravidade da Saos.
Registro de polissonografia mostra ausência de fluxo com esforço respiratório presente.
Fisiopatologia da Saos |
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Síndrome de Pickwick: parece apneia, mas não é |
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A doença que ficou conhecida como síndrome de Pickwick é, na verdade, a síndrome da hipoventilação-obesidade, que, apesar do quadro clínico semelhante ao da apneia, tem outro mecanismo fisiopatológico. O distúrbio ventilatório dessa entidade não ocorre por apneias ou hipopneias, mas pela obesidade muito acentuada, que não permite uma mecânica ventilatória adequada, principalmente durante o sono, quando a musculatura está relaxada. Como resultado, o paciente manifesta hipercapnia e hipoxemia muito mais prolongadas do que as decorrentes dos eventos obstrutivos da Saos. Por ser bem menos frequente, a síndrome de Pickwick em geral é subdiagnosticada, uma vez que 90% dos portadores igualmente têm a Saos associada. Contudo, de 10% a 38% dos pacientes obesos e apneicos apresentarão também a síndrome da hipoventilação-obesidade. |
Assessoria Médica em Nasofibroscopia |
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Dr. Rodrigo Tangerina: [email protected] |
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