A utilização de substâncias com capacidade física de realçar estruturas anatômicas, incluindo a ecocardiografia, que, assim, consegue gerar o efeito de contraste na avaliação do coração.
A utilização de substâncias com capacidade física de realçar estruturas anatômicas ou de detectar sinais de atividade funcional de um determinado órgão ou de parte dele é prática frequente durante a realização de métodos diagnósticos por imagem, incluindo a ecocardiografia, que, assim, consegue gerar o efeito de contraste na avaliação do coração.
Microbolhas de solução salina
Arquivo Fleury.
O uso de microbolhas de solução salina na ecocardiografia possibilita identificar a presença de defeitos septais, como o forame oval patente (FOP), ou a existência de fistulas pulmonares. A técnica consiste em obter bolhas salinas, muitas vezes referidas como microbolhas, a partir da agitação manual de 10 mL de solução salina fisiológica 0,9%. A seguir, essas bolhas são infundidas diretamente na circulação sanguínea, por volta de três ou até mais vezes, simultaneamente à execução da manobra de Valsalva.
Em situações normais, as microbolhas não ultrapassam a circulação capilar pulmonar após a infusão da solução salina agitada em uma veia periférica do antebraço. Contudo, a observação de microbolhas em cavidades cardíacas esquerdas indica a presença de um shunt na circulação, que pode ser intra ou extracardíaco. Quando se encontram no átrio esquerdo em até quatro ciclos, considera-se o shuntintracardíaco, sugerindo a presença de FOP. Se houver passagem após o quinto ciclo cardíaco, o shunt tem localização provavelmente extracardíaca, em geral intrapulmonar.
Embora a ecocardiografiatransesofágica seja mais sensível para a detecção de FOP, a ecocardiografiatranstorácica com microbolhas apresenta uma sensibilidade razoável (50-60%) e alta especificidade (95-100%).
Arquivo Fleury.
Contrastes miocárdicos
Com importante papel na avaliação estrutural e funcional do coração, bem como na pesquisa de doença coronariana, a ecocardiografia com contraste baseia-se na injeção intravascular de agentes sintéticos para aumentar a reflexão dos sinais ultrassônicos.
Atualmente, tais substâncias são constituídas por microbolhas de 2 a 6 micrômetros de diâmetro, encapsuladas por envoltório proteico ou lipídico com gases de alto peso molecular no seu interior, os perfluorocarbonos. Como se expandem e se retraem de forma não uniforme na presença do ultrassom, gerando sinais com frequências múltiplas da original, ocorre aumento do sinal acústico refletido no meio que as contém. Ademais, possuem estabilidade suficiente para, quando injetadas por via intravenosa, atravessarem a barreira pulmonar e contrastarem as cavidades cardíacas esquerdas e a circulação coronariana, permitindo excelente delineamento das bordas endocárdicas e mapeamento de toda a microcirculação miocárdica, como também melhora do sinal do Doppler para estudo da função diastólica e dos fluxos transvalvares. Em consequência disso, obtém-se uma melhor avaliação funcional e estrutural do ventrículo esquerdo, confirmando ou afastando a presença de cardiomiopatia hipertrófica apical, aneurisma apical, pseudoaneurisma, ruptura miocárdica, ventrículo esquerdo não compactado e massas intracardíacas (tumor e/ou trombo), entre outras condições.
Já o papel do exame na pesquisa de doença coronariana é possível porque, com a melhor definição das bordas endocárdicas, as alterações da motilidade do ventrículo esquerdo tornam-se mais visíveis, seja no ecocardiograma em repouso, seja sob estresse físico ou farmacológico.
Vale salientar que as principais contraindicações ao uso dos contrastes ecocardiográficos estão relacionadas à presença de alergia a algum dos componentes das microbolhas e à existência de shuntsintracardíacos com fluxo direita-esquerda.
Arquivo Fleury.
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