Manual de exames

Ácido Mandélico, urina

Outros nomes: Ácido mandélico, pesquisa e dosagem na urina

Este exame não precisa ser agendado

Orientações necessárias

I - Preparo
- Para fazer a coleta, é necessário estar há duas horas sem urinar.
- O cliente não pode ingerir bebida alcoólica nas 24 horas que antecedem ao exame.
- Para mulheres, o ideal é não fazer o teste na ocasião da menstruação.

II - Material
- Este exame é realizado em amostra de urina isolada.
- Para a pesquisa de exposição ao estireno, a coleta de urina deve ser feita no fim da jornada de trabalho, em frasco âmbar, após, no mínimo, dois dias seguidos de exposição.
- Já para a investigação de exposição ao etilbenzeno, a coleta precisa ser feita no fim do turno do último dia da semana trabalhada, também em frasco âmbar.

III - Prazo para entrega do material
- O material deve ser mantido refrigerado, imediatamente após a coleta, e entregue no Fleury até cinco dias após o término da coleta.

Processamento e adequação da amostra

- Aliquotar 8 mL de urina em 2 tubos plásticos estéreis com capacidade para 4 mL;
- Enviar à seção, refrigerado.
- Volume mínimo: 8 mL.

Estabilidade da amostra
Temperatura ambiente: não aceitável
Refrigerada (2-8 ºC): 5 dias
Congelada (-20 ºC): 15 dias

Método

- Cromatrografia líqüida de alta performance (HPLC).

Valor de referência

- Valor de referência não estabelecido na população geral
- Indice Biológico Máximo Permitido (IBMP):
Exposição ao estireno: 0,8 g/g creatinina
Exposição ao etil-benzeno: 1,5 g/g creatinina

Interpretação e comentários

- O ácido mandélico é o principal indicador biológico da exposição ocupacional ao estireno, que ocorre durante a produção de polímeros plásticos, como poliestireno, resinas (acrilonitrila-estireno), borracha sintética e produtos de fibra de vidro. O estireno é absorvido em cerca de 98% pela via pulmonar e em 2% pela pele.
- O esforço físico durante a exposição favorece a absorção. Essa substância sofre biotransformação pela fração microssômica do fígado, mas a ingestão de etanol
inibe tal processo. Menos de 3% do estireno é excretado na forma inalterada, 85%, na forma de ácido mandélico na urina e o restante, na forma de ácido fenilglioxílico na urina. A excreção ocorre em duas fases distintas, a primeira de 6 a 7 horas após a exposição e a segunda em cerca de 16 horas após o fim da exposição.

- O estireno possui os seguintes efeitos tóxicos:
-- irritação da pele e das mucosas;
-- neurotoxicidade central, predominante nas exposições agudas;
-- neurotoxicidade periférica, predominante nas exposições crônicas;
-- hepatotoxicidade, provavelmente por exercer depleção sobre a glutationa reduzida;
-- carcinogenia, provavelmente devido às ações dos metabólitos epóxidos, como o ácido mandélico.

- O etilbenzeno é outra substância que é metabolizada em ácido mandélico. Este solvente é utilizado como aditivo em combustível e na produção de estireno.
O etilbenzeno tem também como metabólito o ácido fenilglioxílico. Estes metabólitos precisam ser coletados na urina após no mínimo dois dias de exposição ao solvente.

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