Outros nomes: Anafranil, Fentil, Pesquisa e dosagem no sangue clomipramina, Pesquisa e dosagem no sangue norclomipramina, Pesquisa e dosagem no sangue desmetilclomipramina
- Para a realização deste teste, o cliente deve estar com a dosagem estável da medicação há pelo menos dois dias.
- O indivíduo precisa manter, obrigatoriamente, o horário usual de tomar o medicamento e fazer a coleta da amostra até uma hora antes desse momento habitual ou, então, de acordo com o pedido médico.
- Caso o medicamento seja usado apenas uma vez ao dia, a coleta deve ser realizada pelo menos 12 horas após ele ter sido tomado.
- Em suspeitas de intoxicação, o exame pode ser feito a qualquer momento.
- Receber a amostra em embalagem REF e mantê-la nesta condição até a manipulação.
- Centrifugar a 2200 g por 10 minutos, a 18° C;
- Centrifugar até 4 horas após a coleta.
- Aliquotar 3,0 mL de soro em tubo seco;
- Encaminhar á seção, refrigerado
- Volume mínimo: 2,0 mL de soro em tubo seco;
Estabilidade da amostra
Temperatura ambiente: 8 horas;
Refrigerada (2-8 ºC): 1 semana.
Congelada (-20 ºC): 60 dias.
- Cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC).
Clomipramina:
- Nível terapêutico: 90 a 250 ng/mL
- Nível tóxico: superior a 400 ng/mL
Norclomipramina:
- Nível terapêutico: 150 a 300 ng/mL
- Nível tóxico: não determinado
- O exame tem utilidade no acompanhamento terapêutico de indivíduos que fazem uso de clomipramina, um inibidor da recaptação de noradrenalina e preferencialmente de serotonina, ou quando há suspeita de intoxicação por esse antidepressivo tricíclico, que é utilizado no tratamento de síndrome do pânico, distúrbio obsessivo-compulsivo e depressão, bem como em condições dolorosas crônicas e na ejaculação precoce.
- A clomipramina é metabolizada em norclomipramina (desmetilclomipramina) e ambas as substâncias possuem ação terapêutica. A metabolização ocorre pela via hepática, precisamente por meio das enzimas do citocromo P450 (CYP3A4, CYP2C19 e CYP1A2). Em condições habituais, a relação clomipramina-norclomipramina no soro é de 1:2 a 1:2,5. A meia-vida da medicação chega a 21 horas, enquanto a do metabólito é duas vezes mais longa, o que faz com que, em uso crônico, a concentração da norclomipramina supere a da droga-mãe. Níveis estáveis são atingidos depois de uma a duas semanas de administração regular. Contudo, as concentrações séricas da droga podem variar consideravelmente entre os pacientes que utilizam esse medicamento, que é eliminado pela urina (dois terços) e pelas fezes (um terço).
- O uso concomitante de fármacos que inibem a ação da CYP2D6, tais como antiarrítmicos (quinidina e propafenona), inibidores seletivos da recaptação de serotonina (fluoxetina, paroxetina e sertralina), antipsicóticos, metilfenidato, valproato, terbinafina e cimetidina, pode aumentar os níveis séricos de clomipramina. A ingestão de certos alimentos (toranja e cranberry) é capaz de causar o mesmo efeito. Por outro lado, os outros anticonvulsivantes, a rifampcina, a nicotina, a colestiramina e o colestipol podem reduzir os níveis séricos do medicamento. Assim, pacientes com alterações da CYP2D6 devem ter os níveis de clomipramina monitorados.
- Os principais efeitos colaterais da medicação incluem boca seca, sudorese excessiva, constipação, hipotensão ortostática e náuseas. Níveis tóxicos costumam levar o indivíduo a distúrbios de condução cardíaca, hipotensão, taquicardia, arritmias e prolongamento do intervalo QT. Já no sistema nervoso central, a toxicidade provoca sonolência, estupor, coma, ataxia, inquietação, agitação, reflexos alterados, rigidez muscular, movimentos coreoatetoides e convulsões. Podem ainda ser observados sintomas compatíveis com a síndrome da serotonina, a exemplo de hiperpirexia, mioclonia, delírio e coma, bem como cianose, vômitos, febre, midríase, sudorese e oligúria ou anúria.