Manual de exames

Cloridrato de Escetamina,Spravato, 56mg, medicamento aplicação,spray intranasal

Outros nomes:

Este exame precisa ser agendado

Orientações necessárias

I - Informações sobre a administração do medicamento
- O medicamento escetamina deve ser administrado por via nasal em adultos, acima dos 18 anos de idade.

II - Critérios de realização
- A administração dessa medicação pode ser realizada somente com prescrição médica. No caso de administração do medicamento mais aplicação, deverá apresentar receituário azul (receituário B1), com retenção da receita, e receituário branco. Nos casos de atendimento apenas aplicação, a administração pode ser realizada somente com o receituário branco.
- Para administração dessa medicação é obrigatória a presença de um acompanhante do paciente com mais de 18 anos de idade.

- Manter a medicação conforme condições de armazenamento exigidas pelo fabricante.
- Evitar alimentação por pelo menos 2 horas antes e não ingerir líquidos, pelo menos 30 minutos antes da administração do medicamento, devido ao risco de náuseas e vômitos.

- A administração da escetamina será realizada somente após entrevista médica.
No dia anterior ao primeiro agendamento, um médico do Fleury entrará em contato, via telefone, com o paciente para fazer uma entrevista, com o intuito de avaliar as condições clínicas do paciente. Esta etapa é fundamental para a confirmação da aplicação da escetamina, no dia seguinte.

Esse medicamento possui restrições, caso haja dúvidas entrar em contato com seu médico:
- Durante a gestação ou suspeita
- Amamentação
- Durante tratamento de fertilização
- Se vocĂŞ tem idade superior a 65 anos
- Histórico de reação Alérgica ao medicamento
- Hipertensão arterial sistêmica instável e mal controlada
- Evento cardiovascular recente, como infarto agudo do miocárdio, nas últimas 6 semanas. Pacientes que tiveram infarto do miocárdio recente devem estar estáveis e melhores dos sintomas cardíacos, antes da administração do medicamento.
- Evento cardiovascular recente, como ataque isquêmico transitório ou acidente vascular encefálico.
- Doença cardíaca valvar hemodinamicamente significativa, como a insuficiência mitral ou aórtica, e a estenose aórtica.
- Se vocĂŞ tem insuficiĂŞncia cardĂ­aca de qualquer causa.
- Outras situações que necessitam de cautela para a administração da escetamina: histórico de psicose, mania ou transtorno afetivo bipolar, histórico de arritmia cardíaca e hipertensão intracraniana com ou sem derivação liquórica.
- O paciente deve evitar atividades que requerem estado de alerta mental e coordenação motora, como dirigir ou operar máquinas. O medicamento escetamina pode causar sonolência, tonturas, vertigens e distúrbios dissociativos.
- Uso concomitante com depressores do sistema nervoso como álcool, derivados do diazepam ou analgésicos opióides, pode levar ao aumento de sedação como efeito colateral ao uso da escetamina.
- Uso concomitante de psico estimulantes, como anfetaminas, ou de inibidores da monoamino oxidase (IMAO) aumenta o risco de elevação da pressão arterial durante a administração da escetamina.
- Não administrar descongestionantes ou corticoides por via nasal dentro de 1 hora antes da administração de escetamina.

Interpretação e comentários

I - Informações sobre a escetamina
- A escetamina é um enantiômero S da quetamina racêmica que tem efeito antidepressivo por um novo mecanismo de ação. A escetamina é um antagonista não seletivo, não competitivo do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), um receptor ionotrópico do glutamato. Supostos contribuintes etiológicos da depressão, incluindo estresse e outras condições, são conhecidos por causar comprometimento estrutural e funcional de sinapses em regiões cerebrais envolvidas na regulação do humor e do comportamento emocional.
EvidĂŞncias dentro da literatura sugerem que, por meio do antagonismo do receptor
NMDA, a escetamina produz um aumento transitório na liberação de glutamato, levando a aumentos na estimulação do receptor ácido ?-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazol propiônico (AMPAR) e, subsequentemente, a aumentos na sinalização neurotrófica que restauram a função sináptica nessas regiões cerebrais. Diferentemente de outros tratamentos com antidepressivos, a ação antidepressiva primária da escetamina não envolve receptores de monoaminas, GABA ou opioides.

II - Indicações da escetamina
Transtorno Depressivo Maior em adultos que nĂŁo tenham tido resposta adequada a
pelo menos dois antidepressivos diferentes, administrados com dose e duração adequadas, para tratar o atual episódio depressivo moderado a grave, ou seja, depressão resistente ao tratamento. A escetamina deve ser utilizada em combinação com antidepressivos orais
A escetamina também é indicada, em conjunto com terapia antidepressiva oral, para a rápida redução dos sintomas depressivos em adultos com transtorno depressivo maior com comportamento ou ideação suicida aguda. Entretanto, não foi demonstrada efetividade da escetamina na prevenção do suicídio ou na redução da ideação ou comportamento suicida.
Mesmo que o paciente apresente melhoras com a escetamina, seu uso nĂŁo dispensa a
necessidade de hospitalização, caso clinicamente justificada.

Doses e intervalos

- A escetamina Ă© administrada pelo paciente, por via nasal, sob supervisĂŁo de profissional de saĂşde.
- A terapia com a escetamina é dividida em duas fases: indução e manutenção.
- A fase de indução dura quatro semanas e, nesta fase, o medicamento é administrado duas vezes por semana. A primeira dose de escetamina deve ser de 56mg e as doses subsequentes devem ser de 56 ou de 84mg. Os benefícios terapêuticos da escetamina devem ser avaliados ao final da fase de indução, para determinar a necessidade de continuação do tratamento.
- A fase de manutenção deve ser iniciada a partir da quarta semana de tratamento com a escetamina, Nesta fase, a medicação é administrada uma vez por semana, na dose de 56 ou 84mg, entre as semanas 5 e 9. Após esse período, a escetamina pode ser administrada uma vez por semana ou a cada duas semanas, na dose de 56 ou 84mg.
- A frequência de administração da escetamina deve ser individualizada e pode ser reduzida até a menor frequência possível para manter a remissão/resposta. Após a melhora dos sintomas depressivos, o tratamento deve ser mantido por pelo menos 6 meses.
- Para se obter rápida resolução de sintomas de transtorno depressivo maior com comportamento ou ideação suicida aguda, a escetamina deve ser utilizada na dose de 84mg, duas vezes por semana. Reduzir a dose da escetamina para 56mg, de acordo com a tolerância do paciente. Em caso de depressão resistente ao tratamento com antidepressivos orais, os pacientes devem ser avaliados sobre a continuidade do tratamento com escetamina, por mais de 4 semanas.

Efeitos adversos

- Os principais eventos adversos observados com o uso da escetamina são transtorno de dissociação, tonturas, sedação, dor de cabeça, disgeusia, hipoestesia, aumento da pressão arterial, ansiedade, náuseas e vômitos.
- O evento adverso mais frequente com o uso da escetamina é dissociação que ocorre em 40% dos pacientes que utilizam escetamina. A dissociação inclui desrealização, despersonalização, ilusões e distorção do tempo. Estas reações adversas foram relatadas como transitórias e autolimitadas e ocorreram no dia da administração. A dissociação foi relatada como grave em intensidade em menos de 4% dos casos. Os sintomas de dissociação resolveram-se tipicamente 1,5 hora após a dose e a gravidade tendeu a ser reduzida ao longo do tempo com repetição do tratamento.
- Sedação (9,1%) e sonolência ocorreram após a administração da escetamina em 9,0% e 18,0%, respectivamente, e tiveram intensidade de leve a moderada. Esses eventos ocorreram no dia da administração e foram resolvidas espontaneamente no mesmo dia. Os efeitos sedativos foram tipicamente resolvidos 1,5 hora após a administração da medicação. As taxas de sonolência foram relativamente estáveis ao longo do tempo durante o tratamento prolongado.
- A frequência de elevações acentuadas da pressão arterial variou de 8% para a pressão sistólica (=40 mmHg) e de 13% para a pressão diastólica (=25 mmHg) em indivíduos com menos de 65 anos de idade. A frequência de elevação da pressão sistólica (= 180 mmHg) foi de 3% e da pressão diastólica (= 110 mmHg) foi de 4%.

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