I - Informações sobre o exame
- Não é necessário preparo para este exame.
- Este teste é realizado em plasma e liquor. Pode ser, eventualmente, realizado em líquido pleural, líquido pericárdico, líquido amniótico e fezes, porém nao foi especificamente validado para esses materiais. Nas fezes, o exame é realizado somente para recém nascidos (idade até 30 dias). Para realização em outros materiais, é necessária autorização da assessoria médica.

II - Critérios de realização
-- Liquor:
- No Fleury, a coleta desse material requer agendamento prévio;
- Caso seja colhido fora do Fleury, o liquor tem de ser enviado sob refrigeração (2-8°C), no volume mínimo de 1 mL, em até 72 horas após a coleta;
- A amostra se mantém estável por 72 horas se mantida refrigerada .

-- Fezes:
- A amostra deve ser colhida em casa ou estabelecimento de saúde e enviada ao Fleury sob refrigeração, em até três horas após a coleta.

-- Outros materiais:
- As coletas que requerem punção guiada por imagem podem ser realizadas no Fleury, mediante consulta de disponibilidade e agendamento;
- Amostras não colhidas no Fleury devem permanecer refrigeradas (2-8°C) e ser entregues em até 72 horas após a coleta.

"PLASMA
- Centrifugar o material em no máximo 8 horas após a coleta por 15 minutos a 2200g, em temperatura ambiente.
- Transferir todo o plasma, com pipeta estéril e evitando tocar a camada de leucócitos, para um tubo plástico de 4 mL estéril.
- Enviar à seção congelado.
- Não receber amostras hemolisadas ou com volume de plasma inferior a 0,5 mL.

-- Estabilidade da amostra:
Temperatura ambiente: não aceitável;
Refrigerada (2-8 ºC): 72 horas;
Congelada (-20 ºC): 1 mês.

LIQUOR
- Enviar o material à seção no próprio frasco, congelado.

-- Estabilidade da amostra:
Temperatura ambiente: não aceitável;
Refrigerada (2-8 ºC): 72 horas;
Congelada (-20 ºC): 1 mês.


LIQUIDO PLEURAL, PERICÁRDICO OU AMNIÓTICO
- Enviar o material à seção no próprio frasco, congelado.

-- Estabilidade da amostra:
Temperatura ambiente: não aceitável;
Refrigerada (2-8 ºC): 72 horas;
Congelada (-20 ºC): 1 mês.

FEZES
- Etiquetar 2 tubos de salina estéril (tampa vermelha);
- Transferir 2 alçadas (alça descartável plástica estéril de 10 microlitros) bem cheias de fezes para cada tubo de salina e girar a alça sobre seu eixo até obter suspensão homogênea;
- Tampar os tubos e enviar congelados à seção.


Estabilidade da amostra:
-Temperatura ambiente: não aceitável;
-Refrigerada (4-8°C): 4 horas;
-Congelada (-20°C ou inferior): 72 horas."

Reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real.

Não detectado (negativo).

Os enterovírus são membros da família Picornaviridae, pequenos vírus cujos material genético é constituído por RNA. Embora sua taxonomia tenha sido modificada recentemente com base em critérios moleculares e filogenéticos, classicamente, os enterovírus humanos são divididos nos seguintes subgrupos: poliovírus, coxsackie A, coxsackie B, echovírus e rinovírus. São responsáveis por infecções sistêmicas e por diversas síndromes clínicas, incluindo meningite asséptica, encefalite, poliomielite, resfriado comum, estomatite, síndrome mão-pé-boca, faringite linfonodular, tonsilite, rinite, bronquiolite, pneumonia, miocardite, pericardite, doença exantemática febril, conjuntivite hemorrágica aguda e sepse neonatal. A despeito do prefixo “entero” que designa estes vírus, não são considerados agentes importantes de gastroenterocolites agudas. Nesse sentido, a pesquisa do RNA desses vírus nas fezes tem pouca utilidade clínica na investigação dessa síndrome, e é recomendada somente para recém-nascidos com doença sistêmica, em que a excreção fecal costuma ocorrer. Os materiais biológicos apropriados para pesquisa desses vírus são, portanto, plasma, liquor, liquido pleural e pericárdico, além de raspado de lesões mucosas ou cutâneas e de orofaringe, conforme a localização da síndrome clínica. Este teste detecta uma região não traduzida (5' UTR) comum ao genoma de todos os enterovirus; portanto, é capaz de detectar gêneros de todos os subgrupos,sem contudo diferenciá-los.