O que fazer quando a puberdade se atrasa ou se adianta? | Revista Médica Ed. 6 - 2008

A investigação da suspeita de disfunção puberal depende da avaliação de caracteres sexuais secundários e da relação entre idade óssea e idade cronológica.

A puberdade normal ocorre com a maturidade das gônadas e com o aumento da produção de androgênios pelas glândulas supra-renais, irrompendo, nas meninas, entre os 8 e os 13 anos de idade e, nos meninos, entre os 9 e os 14 anos.

É considerada tardia quando não há nenhum sinal de desenvolvimento puberal na idade-limite para o ingresso nessa fase em ambos os sexos, tendo, em tais casos, o retardo constitucional como causa principal (quadro 1). Por outro lado, é precoce quando começa antes dos 8 anos, na população feminina, e antes dos 9 anos, na masculina. Nessas circunstâncias, pode ser apenas uma variante do desenvolvimento puberal, com o surgimento isolado de um dos caracteres sexuais, ou então ocorrer verdadeiramente de forma central, por ativação prematura do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas, ou de modo periférico, em decorrência da superprodução de esteróides sexuais (quadro 2).

O estágio de puberdade é definido por um exame físico que determina o grau de desenvolvimento de mamas, testículos e pêlos pubianos de acordo com a tabela de Tanner. Na avaliação, deve-se observar ainda a velocidade de crescimento do paciente, dada a implicação desse fator com as disfunções puberais.

Na puberdade precoce, as crianças não só desenvolvem caracteres sexuais secundários, como também apresentam um avanço da idade óssea em relação à idade cronológica e um aumento na velocidade com que crescem. Já no atraso puberal se observa justamente o contrário, ou seja, há retardo no fechamento das epífises e atraso da idade óssea em relação à cronológica.

O fato é que o esclarecimento diagnóstico desses casos requer tanto a realização de dosagens hormonais quanto a de exames de imagem, que são solicitados conforme as manifestações clínicas de cada paciente.

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