Conhecida por vários nomes, como osteoartrose, osteoartrite ou doença articular degenerativa, a artrose é uma enfermidade reumática caracterizada pelo desgaste da cartilagem das articulações e por alterações ósseas em seu entorno. Na prática, esse processo degenerativo faz com que a cartilagem progressivamente perca sua superfície lisa, ficando cheia de pequenas crateras que causam rachaduras e cistos no osso adjacente. Bastante freqüente, a doença motiva cerca de 30% a 40% das consultas aos reumatologistas. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, em torno dos 75 anos de idade, 85% das pessoas de ambos os sexos têm alguma evidência de artrose, tanto na radiografia quanto no exame clínico, embora apenas de 30% a 50% se queixem de dor crônica. |
"A dor é o principal sintoma, mas pode não existir para quase metade dos indivíduos. Quando aparece, costuma ser primeiramente relacionada com a movimentação da articulação afetada e melhora com o repouso. Depois, as pessoas costumam relatar rigidez das juntas após um longo período de inatividade, como dormir. Com a progressão do quadro, a dor não passa nem depois do descanso, havendo igualmente diminuição dos movimentos e falta de firmeza, além de inchaço, ruído e deformidade nas articulações. Os problemas nas articulações decorrem de fatores genéticos, mecânicos e metabólicos, mas nem sempre é possível definir sua origem. Na artrose primária, que afeta mais os idosos, a doença não tem exatamente uma causa conhecida, manifestando-se principalmente nos joelhos, na coluna e nas pequenas articulações das mãos e dedos. Já na secundária, existe um fator desencadeante bem claro para causar o processo degenerativo na articulação, que pode ser a obesidade, um trauma ocasionado por movimentos repetitivos, um defeito que já tenha nascido com o indivíduo ou mesmo uma doença. Em tais casos, o problema costuma surgir em qualquer idade."
O diagnóstico da artrose pode ser firmado pelo conjunto de sintomas e pelo exame físico. Em alguns casos pode ser necessário realizar uma radiografia simples da articulação envolvida, que vai evidenciar as alterações decorrentes da doença na cartilagem e nos ossos adjacentes e ajuda a diferenciar de outras doenças articulares, além de outros exames complementares, como a análise do líquido sinovial, para afastar outras causas de inflamação articular, como, por exemplo, a doença por depósito de pirofosfato de cálcio.
"O tratamento visa, principalmente, ao alívio da dor e à melhora da qualidade de vida do portador de artrose, com a manutenção ou com a recuperação de sua capacidade para realizar suas atividades habituais. Para tanto, usam-se analgésicos ou antiinflamatórios – administrados por via oral ou aplicados diretamente nas articulações – e terapias não-medicamentosas, que incluem exercícios regulares adequados à idade e ao estado de saúde da pessoa, fisioterapia, hidroterapia e orientações psicológicas e nutricionais, entre outras providências. Em último caso, é possível ainda recorrer a uma intervenção cirúrgica. A prevenção da artrose deve contemplar alguns aspectos que fazem parte do tratamento. Além do envelhecimento, um dos fatores que mais favorecem a doença é a obesidade. Controlar o peso, portanto, representa uma medida importante para prevenir a artrose ou retardar seu surgimento. Ao lado dos cuidados com a dieta, é também importante praticar exercícios moderados regularmente para melhorar a função muscular e manter a integridade das articulações ao longo de toda a vida."