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Cólera

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

Cólera é uma doença infecciosa intestinal, causada pela toxina produzida pela bactéria Vibrio cholerae, o chamado vibrião colérico. Em 80% a 90% dos casos, o quadro instalado não se diferencia de outras diarréias e melhora espontaneamente, apenas com hidratação oral.

Contudo, há uma forma bastante grave da doença, caracterizada por perda de líquidos muito acentuada, que desidrata profundamente o portador da infecção e, sem tratamento, provoca queda importante da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos, insuficiência renal e coma, podendo levar o indivíduo a entrar em choque.

Como as diarréias cursam de forma muito semelhante, qualquer que seja o microrganismo envolvido, é sempre importante procurar um serviço médico rapidamente diante de manifestações clínicas muito acentuadas, de forma a evitar maiores complicações.

O cólera ocorre principalmente em regiões carentes de saneamento básico adequado. No Brasil, o maior número de casos, na última década, foi registrado no Norte e Nordeste do país.

Causas e Sintomas

"Na maioria das vezes, a infecção pelo vibrião do cólera é assintomática ou, então, provoca diarréia leve ou moderada, acompanhada ou não de vômitos, que geralmente se inicia de três a cinco dias após a ingestão de água ou alimentos contaminados. Na forma grave da doença, subitamente o indivíduo começa a apresentar diarréia aquosa e volumosa, com grande número de evacuações, quase sempre acompanhada de vômitos e cólicas, perdendo rapidamente uma grande quantidade de líquidos e sais minerais, o que determina severa desidratação e seus sintomas característicos: sede intensa, apatia, abatimento facial, cãibras e perda de peso. Crianças podem apresentar convulsões e confusão mental nessa etapa. A diarréia é tão profusa, que pode chegar a mais de 20 evacuações em um dia. Inicialmente as fezes apresentam sua cor característica, porém podem evoluir para uma cor esbranquiçada semelhante à “água de arroz”. O cólera decorre da contaminação com um dos dois subtipos do Vibrio cholerae que produzem a toxina efetivamente responsável por desencadear o quadro diarréico. A bactéria penetra no organismo humano pela ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes de pessoas infectadas. Dessa forma, acompanha a falta de saneamento básico e de água tratada e, nas cidades que têm esgotos e tratamento hídrico, está associada a condições inadequadas de higiene no preparo de alimentos. Após a contaminação, o agente infeccioso do cólera pode ficar incubado por um período que vai de seis horas até cinco dias, sendo a maioria das pessoas irá manifestar os sintomas em três a cinco dias."

Exames e Diagnósticos

"A existência de um quadro diarréico abundante geralmente já faz o médico suspeitar do cólera. Existem testes sorológicos para o diagnóstico, mas o método considerado “padrão-ouro” é o isolamento do Vibrio cholerae em exame de cultura de fezes em meios apropriados para o desenvolvimento desse agente, até porque o cólera é uma doença de notificação compulsória. O tratamento não depende do resultado para ser instituído, mas a confirmação ajuda o local de origem do doente a tomar medidas de prevenção para impedir a ocorrência de epidemias."

Tratamentos e prevenções

"O tratamento do cólera se resume à reidratação do indivíduo, que, nos casos leves e moderados, pode ser feita em casa, por via oral, com soluções reidratantes que contenham sais minerais e glicose. Algumas horas depois da aceitação das soluções, é possível reiniciar a alimentação. Na forma grave da doença, o portador da infecção precisa ser hospitalizado para receber hidratação endovenosa e antibióticos para combater o vibrião. Vale salientar que medicamentos antidiarréicos são terminantemente proibidos no cólera, assim como em outras diarréias causadas por agentes infecciosos, uma vez que reduzem os movimentos do intestino e facilitam a multiplicação da bactéria, prolongando a infecção e muitas vezes agravando o quadro. A prevenção do cólera depende da melhoria das condições de saneamento básico em nossas cidades. Enquanto isso não se torna realidade, a população não só pode como deve tomar providências individuais para evitar a contaminação com o vibrião colérico, entre as quais o rigor com os hábitos de higiene, o cuidado com a limpeza, com o preparo e com a procedência dos alimentos e a ingestão de água tratada. Quem mora nas grandes cidades corre maiores riscos quando viaja para áreas com saneamento inadequado, como é o caso de muitas regiões litorâneas. Nesses locais, todo o cuidado é pouco com alimentos vendidos por ambulantes. Na dúvida, é melhor dar preferência a produtos industrializados para comer e beber, evitando sempre as pedras de gelo nas bebidas, pois podem ser feitas com água contaminada. Já existem vacinas orais e injetáveis contra a infecção provocada pelo Vibrio cholerae, mas elas estão indicadas apenas em situações especiais, como medida de proteção complementar, uma vez que não conferem 100% de imunidade contra essa bactéria."