A difteria é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que pode infectar tanto crianças quanto adultos não vacinados, já que essa moléstia pode ser evitada por imunização. Esse agente bacteriano se multiplica na garganta e, inicialmente, forma uma pseudomembrana de pus sobre as amígdalas, a faringe, a laringe e a divisão entre a cavidade oral e nasal – o pálato –, que costuma dificultar bastante a respiração, sobretudo em crianças pequenas, a ponto de causar asfixia. Além desse risco, são bastante severos os efeitos sistêmicos decorrentes da toxina que a bactéria produz depois de se instalar na garganta. Uma vez na circulação, essa substância bloqueia a produção de proteínas nos tecidos orgânicos, comprometendo gravemente o funcionamento do coração, dos nervos e dos rins. Felizmente, a vacinação em massa, ao longo dos anos, reduziu expressivamente a incidência da difteria em todo o mundo. Para ter uma idéia, em 1991, o Brasil registrava quase 500 casos da infecção. Hoje, o número de infectados não chega a 5% desse total. |
"A difteria começa com febre alta, dor de garganta, mau hálito, tosse, fadiga, dificuldade de deglutir e de respirar, náuseas e aumento dos gânglios do pescoço – as populares ínguas. Com a presença da toxina diftérica na circulação, a doença pode evoluir rapidamente para um quadro de intoxicação sistêmica, com importante comprometimento do estado geral do paciente, queda acentuada da pressão arterial, enfraquecimento nos braços e nas pernas, decorrente do compromentimento dos nervos, e sinais de lesão no músculo cardíaco, como palpitações, cansaço, dor e inchaço. A difteria decorre da infecção das vias aéreas superiores pelo Corynebacterium diphtheriae e da ação de sua toxina. Este agente é transmitido diretamente de pessoa para pessoa por secreções respiratórias, ou seja, pela inalação de gotículas de tosse ou de saliva de indivíduos contaminados. Após o contágio, a difteria pode levar de um a seis dias para se manifestar."
"A suspeita de difteria pode ser levantada já ao exame clínico, quando o médico nota a presença da pseudomembrana em alguém que tem queixa de dor de garganta e febre. A confirmação deve ser feita pelo isolamento da bactéria em fragmentos dessa membrana, colhidos com uma espátula especial e cultivados em meios apropriados para seu crescimento, e igualmente da identificação da toxina em testes de toxicidade. Essa pesquisa também pode ser feita por testes moleculares, que investigam a presença e a toxicidade da bactéria por análise de DNA."
"Diante da suspeita, o tratamento precisa começar imediatamente, em ambiente hospitalar, com a administração de soro antidiftérico para neutralizar a ação da toxina e de antibióticos para combater o agente infeccioso e, assim, acabar com a produção da substância tóxica. A terapia ainda inclui repouso, hidratação, dieta leve e medidas de suporte para manter as vias respiratórias livres, assim como para prevenir complicações no coração, nos rins e nos nervos. A imunização é a maneira mais segura e eficaz de prevenir a difteria. Toda criança, portanto, deve receber três doses da vacina aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade, além de dois reforços com a vacina tríplice contra difteria, coqueluche e tétano, o primeiro aos 15 meses e o segundo entre 4 e 6 anos. A partir daí, a cada dez anos é necessária uma dose única da vacina dupla contra difteria e tétano. Esse esquema está previsto no calendário oficial de imunização. Adultos e crianças com mais de 7 anos que nunca foram vacinados requerem três doses da vacina dupla, com intervalo mínimo de 30 dias entre elas, também com reforço a cada década. Quem teve a doença também precisa ser imunizado, uma vez que a difteria, ao contrário de outras moléstias infectocontagiosas, não confere ao indivíduo imunidade permanente."