Doença pulmonar obstrutiva crônica

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracteriza-se pela obstrução parcial dos canais que levam o ar para dentro e para fora dos pulmões – os brônquios – e pela redução progressiva da capacidade de respirar. Essa doença, que afeta mais de 3 milhões de brasileiros, 90% dos quais fumantes, reúne duas condições clínicas que cursam lado a lado nessa população: a bronquite crônica e o enfisema pulmonar.

Na bronquite crônica, o sistema natural de limpeza dos pulmões, prejudicado pela fumaça, não elimina adequadamente a secreção local, que tem sua produção aumentada numa tentativa de varrer as substâncias nocivas do cigarro. Como resultado desse processo, os brônquios se inflamam e se estreitam, dificultando a passagem de ar e causando uma tosse permanente – a tosse dos fumantes.

Já o enfisema consiste no aumento e na destruição dos alvéolos pulmonares, ou seja, dos pequenos sacos de ar de onde o oxigênio sai para ganhar a corrente sangüínea, os quais dão lugar a grandes bolsas de ar. Com isso, os pulmões vão perdendo a elasticidade e, progressivamente, ficando incapazes de expelir o ar por falta de força.

A dificuldade de expirar, aliada à inflamação e ao estreitamento dos brônquios, leva o portador da DPOC a ter de fazer um esforço cada vez maior para respirar, o que se reflete de forma negativa em outros órgãos, particularmente no coração.

Causas e Sintomas

"As manifestações típicas da DPOC incluem tosse persistente, quase diária, com expectoração de secreção, acompanhada de falta de ar e de chiado no peito, sobretudo na vigência de infecções respiratórias, que o fumante adquire com mais facilidade. Num momento inicial algumas pessoas tossem menos, mas apresentam uma limitação gradual para fazer exercícios, tais como subir uma ladeira ou uma escada. Com o passar dos anos de tabagismo, a dificuldade respiratória se torna cotidiana e surge em atividades mínimas. Vestir uma roupa ou calçar um sapato, por exemplo, podem exigir um grande esforço do portador de DPOC mais avançada. Em casos mais graves, observa-se ainda inchaço nos membros inferiores – pernas e pés –, já evidenciando sinais de comprometimento cardíaco. A principal causa da DPOC é a fumaça do cigarro, que também pode afetar o fumante passivo, ou seja, aquele que convive com quem efetivamente fuma. De qualquer modo, são necessários muitos anos de tabagismo para a instalação da doença. A exposição prolongada a substâncias irritantes igualmente dá origem à DPOC, como a que envolve algumas ocupações, a exemplo dos trabalhadores de minas de carvão."

Exames e Diagnósticos

"O diagnóstico requer uma boa avaliação clínica e exames complementares. O relato de tabagismo de longa data e de tosse produtiva persistente já revela a existência de bronquite crônica. Apesar disso, os médicos costumam se valer de métodos de imagem, como a radiografia de tórax e de recursos específicos para esse tipo de investigação, como as provas de função pulmonar. Esses testes são essenciais para medir o fluxo aéreo, ou seja, a capacidade dos pulmões de armazenar ar, e para mensurar a velocidade de expiração, que já aponta o estágio da doença. Quanto mais devagar o ar é expelido, mais grave é a DPOC."

Tratamentos e prevenções

"O tratamento combina medicamentos e outras estratégias para melhorar a qualidade de vida do portador da DPOC. Em geral, usam-se broncodilatadores em forma de xarope ou spray – as tradicionais bombinhas –, os quais atuam contra o estreitamento dos brônquios, relaxando a musculatura local, e corticóides para diminuir a inflamação em casos mais difíceis. Quando há infecção, que freqüentemente acomete os portadores de DPOC, antibióticos podem ser necessários, em geral por período limitado. O uso domiciliar de oxigênio ainda pode aliviar a falta de ar na DPOC mais avançada. Por fim, a reabilitação pulmonar por meio de exercícios está igualmente indicada para reduzir os sintomas e as limitações impostas pela doença. Antes de tudo, porém, é imprescindível eliminar o causador da DPOC em 90% dos casos – o cigarro. Manter distância do cigarro configura a medida mais importante na prevenção da DPOC. Quem fuma, portanto, precisa considerar seriamente a hipótese de parar – quanto mais cedo, menor o estrago. Até porque os primeiros sinais da dificuldade respiratória começam quando a pessoa já perdeu cerca de 40% a 50% de sua capacidade pulmonar. É claro que abandonar o tabagismo não devolve o que já foi perdido em anos de inalação de fumaça, mas breca a progressão da doença e comprovadamente aumenta a expectativa de vida do indivíduo. Já as pessoas que exercem algum trabalho sujeito à constante inalação de substâncias irritantes precisam exigir e usar equipamentos de proteção individual, como máscaras. Para quem já é portador da DPOC, vale lembrar que a vacina anual antigripe ajuda a evitar o agravamento da inflamação crônica dos brônquios, assim como a imunização contra o pneumococo, a principal bactéria implicada em infecções respiratórias."