Febre maculosa

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

A febre maculosa, também chamada de febre do carrapato, é uma infecção febril aguda causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida por carrapatos infectados. A doença se caracteriza por febre, seguida pelo surgimento de manchas de pele róseas, que, alguns dias depois, ficam salientes e com uma coloração mais forte – são as máculas, daí o nome maculosa. Pode cursar de forma branda, às vezes até assintomática, mas também de forma grave, o que ocorre em cerca de 30% a 40% dos casos, com manifestações hemorrágicas e comprometimento dos rins, dos pulmões e do sistema nervoso central. Contudo, não é possível saber, de antemão, se a infecção vai evoluir para sua apresentação mais grave, que tem alto risco de mortalidade. Embora seja pouco freqüente, quando comparada a outras moléstias infecciosas transmitidas por vetores, a febre maculosa tem uma incidência constante no País. De 1995 a 2004, por exemplo, foram registrados 345 casos, sobretudo na zona rural de Estados como São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro. Estima-se, porém, que o número de ocorrências a cada ano seja maior, uma vez que os indivíduos que apresentam sintomas mais brandos acabam não procurando atendimento médico. Além do mais, existe a agravante de o diagnóstico ser dificultado no início, pela semelhança dos sintomas com os de outras doenças que cursam com manchas, como o sarampo e a rubéola. Por via das dúvidas, portanto, é fundamental buscar assistência médica para esclarecer o quadro e, se for o caso, receber o tratamento precocemente.

Causas e Sintomas

O quadro característico dessa infecção inclui febre de início súbito, que pode chegar até 39-40 graus, acompanhada de dor de cabeça intensa, dor no corpo, calafrios e olhos vermelhos e inchados. As máculas costumam surgir por volta do terceiro ou quarto dia de febre, começando nos punhos e tornozelos e avançando para o tronco e o rosto e, finalmente, para as mãos e os pés. Além de crescerem e adquirirem uma coloração arroxeada, essas lesões podem ainda sofrer descamação e apresentar pontos hemorrágicos embaixo da pele. Na forma mais grave, a doença provoca torpor, vômitos, dores abdominais, diarréia, problemas no funcionamento renal, inchaço das pernas, pressão baixa, aumento do baço e do fígado, tosse seca intensa, dor no tórax, complicações neurológicas – como a meningite –, sangramentos nas gengivas, no nariz, no tubo digestivo e na pele, além de inflamação de vasos sangüíneos, o que pode ocasionar o apodrecimento de determinados pontos da pele – processo conhecido como necrose. A morte é pouco comum quando se aplica o tratamento precocemente.

Exames e Diagnósticos

"A causa da infecção é a Rickettsia rickettsii, uma bactéria que sobrevive basicamente apenas nos carrapatos, que são os únicos transmissores – uma pessoa não passa a doença para a outra em nenhuma hipótese. No Brasil, a espécie mais freqüentemente envolvida na transmissão da febre maculosa é a Amblyomma cajennense, popularmente conhecida como carrapato-estrela, carrapato-de-cavalo ou rodoleiro. Esse parasito se alimenta exclusivamente de sangue e infesta homens, animais domésticos e selvagens, especialmente as capivaras, inoculando a bactéria na corrente sangüínea de sua vítima ao picá-la para se alimentar. Para transmitir o agente ao homem, porém, ele precisa ficar aderido à pele por cerca de quatro a seis horas. Após a picada, a doença pode demorar de 2 a 14 dias, em média sete dias, para se manifestar. Como a febre maculosa, no começo, se parece clinicamente com muitas outras doenças que cursam com manchas e febre alta, o diagnóstico exige a pesquisa sangüínea de anticorpos contra a Rickettsia no sangue do indivíduo e de exame de cultura de sangue para o isolamento da bactéria, no qual a amostra é posta em meios apropriados para o crescimento bacteriano. Diante dos sintomas e dos dados epidemiológicos, ou seja, em locais onde a doença ocorre com mais freqüência, os médicos não esperam o resultado dos exames para instituir o tratamento, pelo risco de a infecção ser letal em suas forma mais grave."

Tratamentos e prevenções

"O tratamento da febre maculosa é feito com antimicrobianos para combater a Rickettsia, como as tetraciclinas e o cloranfenicol. O medicamento escolhido precisa ser administrado pelo tempo prescrito pelo médico, que varia de 10 a 14 dias. Em caso de complicações, o indivíduo precisa também de cuidados específicos, em ambiente hospitalar, para tratar as manifestações e, sobretudo, restabelecer o funcionamento adequado dos órgãos afetados. Para prevenir a febre maculosa, é preciso tomar cuidado com carrapatos em regiões onde eles possam existir. Para tanto, recomenda-se usar calças compridas com botas de cano alto, colocando as barras dentro das meias quando tiver de andar no meio de vegetação alta, e preferir roupas claras, que facilitem a identificação dos parasitos. Uma medida fundamental é examinar o corpo a cada três horas, no mínimo, porque o carrapato-estrela precisa ficar grudado à pele pelo menos por quatro horas para passar a Rickettsia. Os eventuais carrapatos encontrados na pele precisam ser retirados com muito cuidado, com a ajuda de uma pinça, e não devem ser esmagados com as unhas, uma vez que essa prática libera bactérias que podem penetrar no organismo. Depois, a região afetada precisa ser bem higienizada com água e sabão."