Febre Amarela

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

A febre amarela é uma doença infecciosa provocada por um vírus que ingressa no corpo humano pela picada de mosquitos. A infecção, que pode ser prevenida por imunização, ocorre em regiões de florestas e cerrado, exclusivamente em países da América do Sul, da América Central e da África, afetando pessoas não vacinadas e não-imunes em áreas urbanas, silvestres ou rurais.

As cinco regiões brasileiras possuem pontos de transmissão da febre amarela, mas o problema salta aos olhos no Norte e no Centro-Oeste, onde todos os municípios são considerados áreas de risco. Na maioria dos indivíduos, a doença cursa de maneira benigna, como outras moléstias infecciosas, melhorando naturalmente depois de alguns dias.

Cerca de 15% dos doentes, porém, apresentam a forma grave da infecção, na qual, depois de uma aparente melhora, os sintomas voltam a se intensificar e são acompanhados de complicações hemorrágicas e severo comprometimento dos rins e do fígado, requerendo cuidados médicos intensivos – nem sempre suficientes para reverter o quadro, vale sublinhar.

É esse risco que torna a febre amarela uma moléstia temida, já que, diante de uma infecção, é impossível saber se haverá evolução para sua apresentação mais grave. Contudo, a vacinação funciona como uma grande aliada da população que reside em áreas endêmicas e, sobretudo, dos viajantes que visitam tais regiões, que, afinal, formam o grupo mais suscetível.

Causas e Sintomas

"A maioria das pessoas desenvolve sintomas discretos ou nem tem manifestações clínicas. Quando presentes, os sinais da doença começam subitamente com sensação de mal-estar, dor de cabeça, dores musculares, cansaço, febre e calafrios, seguidos de náuseas, vômitos e, eventualmente, diarréia. Esse quadro melhora em três ou quatro dias. A forma grave se manifesta justamente de 24 a 48 horas depois que a infecção parece atenuada. A febre reaparece, acompanhada de dores de cabeça e abdominal, além de vômitos que podem conter sangue. O quadro prossegue se agravando com sangramentos no nariz e nas gengivas, manchas semelhantes a hematomas pelo corpo, coloração amarelada na pele e nas mucosas – a chamada icterícia –, já como um indício do mau funcionamento do fígado, e diminuição do volume urinário, que, por sua vez, anuncia o comprometimento renal. Por conta desse risco, toda pessoa que apresenta febre durante ou após uma viagem para área de risco deve procurar imediatamente um serviço médico. A febre amarela é causada por um flavivírus que, nas Américas, é transmitido principalmente por mosquitos do gêneroHaemagogus e Sabethes. Nas áreas silvestres, estes mosquitos já podem nascer carregando o agente da doença ou, então, tornar-se seu vetor após ter picado macacos infectados. Esse inseto também consegue se adaptar a áreas rurais e, assim, espalha a doença também em tais regiões. Já em ambientes urbanos, a contaminação ocorre por meio do Aëdes aegypti, o mesmo mosquito que carrega o vírus da dengue. O mosquito se torna vetor ao picar pessoas que adquiriram o vírus em áreas silvestres – um ser humano pode ser fonte de contaminação para um mosquito desde o momento que antecede a manifestação de sintomas até o quinto dia da infecção. O mosquito Aëdes albopictus, também implicado com a transmissão da dengue, igualmente é um potencial transmissor do flavivírus, pois, como o primeiro, multiplica-se dentro ou nas proximidades das habitações. O Brasil não tem casos da doença em áreas urbanas desde 1942, mas, diante da proliferação do Aëdes aegypti em muitas das nossas cidades, como comprovam os numerosos casos de dengue que ocorrem a cada ano, existe um risco real de a febre amarela voltar para o meio urbano. Vale lembrar que uma pessoa não passa a infecção diretamente para outra, mas sempre com a participação de um dos insetos aqui mencionados."

Exames e Diagnósticos

"As manifestações clínicas da febre amarela não são suficientes para o médico tirar uma conclusão diagnóstica, mesmo com o histórico de viagem recente para áreas silvestres, pois outras doenças transmitidas por mosquitos também começam de forma semelhante, como a própria dengue e a malária. Assim, o diagnóstico depende da realização de exames de sangue tradicionais, como a pesquisa de anticorpos contra o flavivírus ou o isolamento desse agente em uma cultura apropriada para seu crescimento, ou de exames moleculares, que investigam a presença do microrganismo no material biológico por análise de DNA. A confirmação da infecção é indispensável para evitar epidemias, sempre com a adoção de medidas de prevenção no local de origem do doente. De qualquer maneira, vale lembrar que o diagnóstico de febre amarela não exclui a possibilidade de a pessoa também ter contraído malária, já que as áreas de transmissão das duas doenças são as mesmas."

Tratamentos e prevenções

"O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, ou seja, feito para melhorar o estado geral do indivíduo. Recomenda-se hidratação vigorosa e antitérmicos para baixar a febre. É importante ressaltar que os remédios que contêm ácido acetilsalicílico – o princípio ativo de muitos antiinflamatórios e da Aspirina® – devem ser evitados, pois essa substância favorece a ocorrência de hemorragias. Apesar da simplicidade terapêutica, o indivíduo com suspeita de febre amarela precisa ficar internado para que possa receber cuidados imediatos no caso de a infecção evoluir para sua forma mais grave. Nesses casos, aliás, o tratamento deve ser intensivo e pode incluir medidas adicionais, como transfusões de sangue e diálise peritoneal, procedimento realizado para eliminar toxinas da circulação quando o funcionamento renal fica comprometido. A vacina contra o flavivírus é o melhor meio de prevenir a febre amarela. Quem reside em áreas de risco – de modo geral, as mesmas onde ocorrem casos de dengue – deve ser imunizado a cada dez anos, a partir dos 9 meses de idade. Para as pessoas que vão passar algum tempo nessas regiões, a orientação é receber a vacina pelo menos dez dias antes da viagem. Como medidas de proteção individual nas áreas silvestres, é importante usar calças e blusas de mangas compridas e aplicar, nas áreas expostas do corpo, repelente à base de dietiltoluamida (Deet), cuja concentração deve ser de 10% para crianças e de 50% para adultos. Além disso, convém procurar um hotel que tenha ar-condicionado ou, então, usar mosquiteiros impregnados com inseticidas. Contudo, a prevenção da febre amarela nos centros urbanos passa pela eliminação do Aëdes aegypti e, principalmente, dos locais onde a fêmea põe os ovos. Para tanto, qualquer coleção de água limpa precisa ser suprimida. Na prática, recomenda-se colocar terra no prato dos vasos das plantas, limpar as calhas dos telhados para evitar acúmulo hídrico, não expor à chuva objetos que possam armazenar água, acondicionar o lixo em sacos ou recipientes fechados e tampar caixas d’água, entre outras providências."