Hepatite

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

A hepatite é uma inflamação no fígado, órgão que tem múltiplas funções, entre as quais a produção das principais proteínas do organismo e a neutralização de substâncias tóxicas absorvidas pelo intestino. Embora essa inflamação possa ser decorrente de diversos fatores, as causas mais comuns são mesmo as virais, sobretudo as provocadas pelos vírus A, B e C, que atingem milhões de pessoas em todo o mundo.

A hepatite A, na grande maioria das vezes, cursa sem causar grandes problemas nem deixar seqüelas. Já na hepatite B, e principalmente na hepatite C, a doença pode se tornar crônica, ou seja, o vírus pode permanecer no organismo da pessoa infectada durante muitos anos. Nessa situação, a pessoa permanece com o fígado continuamente inflamado, demandando cuidados especiais para evitar a evolução do quadro para cirrose ou câncer hepático, em longo prazo.

Vale lembrar que esse risco também existe nas hepatites decorrentes de outras causas que não os agentes virais.

Causas e Sintomas

"Na hepatite aguda o indivíduo pode apresentar mal-estar geral, febre baixa, vômitos, náuseas, cansaço físico, dores no corpo e perda de apetite. Logo depois, esse quadro dá lugar ao aparecimento de fezes esbranquiçadas, de urina escura e de uma coloração amarelada na pele e nas mucosas – a chamada icterícia. Muitas vezes, porém, esses sinais nem sequer surgem ou, então, são tão discretos que a doença passa despercebida. Os portadores de hepatite crônica, qualquer que seja a causa, geralmente não têm sintomas, a não ser em fases mais avançadas, nos casos de cirrose e câncer hepático. O fígado pode se inflamar em decorrência do abuso de álcool e drogas, do uso continuado de medicamentos de diversas categoriais, de doenças hereditárias, de um descontrole no sistema imunológico, que se volta contra as células hepáticas, e sobretudo da ação de diferentes agentes infecciosos, especialmente vírus. Os mais freqüentes, porém, têm formas de transmissão distintas. O vírus A é contraído pela ingestão de água e alimentos contaminados ou, então, passado de uma pessoa infectada para outra em decorrência da falta de cuidados básicos de higiene. Por isso mesmo, trata-se de uma moléstia bastante prevalente nos locais em que o saneamento básico se mostra deficiente ou não existe. Já os vírus B e C são adquiridos pelo contato com secreções e sangue de indivíduos contaminados, como no caso de compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis, ou em transfusão de sangue contaminado. A hepatite B, em particular, é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), embora exista outras formas de contágio com o vírus B, a exemplo da ocupacional, particularmente entre os trabalhadores da área da saúde."

Exames e Diagnósticos

"O conjunto de sintomas, o exame físico e a história do indivíduo podem sugerir fortemente a hipótese da doença. Como a evolução do quadro varia conforme o agente que o motivou, e também não há possibilidade de diferenciar um tipo de hepatite de outro com base apenas nos sinais clínicos, é imprescindível a realização de exames laboratoriais para pesquisar, no sangue do doente, a presença de antígenos e anticorpos contra os diferentes vírus que causam a inflamação no fígado, assim como de marcadores sugestivos de inflamação auto-imune. Nos casos de risco ou de suspeita de hepatite crônica, existe a possibilidade de outros métodos serem necessários para completar a investigação, como a quantificação do vírus no sangue e a biópsia de fígado, um exame que determina a fase e a gravidade da doença pela análise de um minúsculo fragmento do órgão, retirado por meio de uma punção especial."

Tratamentos e prevenções

"Em geral, a hepatite A se resolve espontaneamente em algumas semanas, sem necessidade do uso de medicamentos. Já as hepatites B e C, pelo risco de se tornarem crônicas, podem demandar tratamentos específicos, que dependem da idade do indivíduo, da presença de outras doenças e do grau de inflamação do fígado, entre outros fatores. Essas terapias geralmente são feitas com drogas antivirais capazes de reduzir a duplicação dos vírus e, portanto, a gravidade da infecção em muitos casos. Se a hepatite é causada por álcool, drogas e por doenças que determinam o acúmulo de algum elemento no fígado, somente a supressão do elemento tóxico costuma ser suficiente. Já a abordagem terapêutica da hepatite auto-imune é bastante diferenciada, requerendo o emprego de medicamentos para conter o processo inflamatório. Convém lembrar que em todas elas o consumo de álcool deve ser suspenso até que os testes laboratoriais evidenciem que o funcionamento do fígado foi normalizado. As hepatites A e B podem ser prevenidas pela imunização. A vacina contra o vírus A está indicada principalmente em pessoas com risco de contrair a infecção, como em viajantes para regiões onde a hepatite A é mais prevalente, mas já pode ser aplicada em crianças a partir de 1 ou 2 anos de idade, dependendo do fabricante, devendo ser aplicada em duas doses, com intervalo de 6 a 12 meses entre elas. Contudo, esse produto não faz parte do calendário oficial de vacinação infantil, como acontece com a vacina contra hepatite B, que tem indicação universal. Desta última, a criança já pode receber a primeira dose logo ao nascer e, as demais, aos 30 e aos 180 dias de vida. Como a inclusão da vacina contra o vírus B no calendário oficial é relativamente recente, recomenda-se a imunização de adolescentes e de pessoas cuja atividade ou comportamento impliquem maior risco de contágio. Contra a hepatite C, porém, não há vacinas. Assim, o contato com sangue e secreções de terceiros deve ser evitado a todo custo. Uma dica importante é procurar se certificar de que o material perfurocortante usado em tratamentos médicos ou na aplicação de tatuagens e piercings, entre outras situações semelhantes, seja descartável. Embora a transmissão sexual do vírus C não esteja bem estabelecida, também se recomenda o uso de preservativo na prevenção da doença, até porque essa medida impede outras DSTs, incluindo a hepatite B e a aids. Já para evitar a inflamação do fígado por álcool e drogas, é essencial tratar a dependência que costuma existir na vigência de consumo abusivo dessas substâncias. A hepatite auto-imune, por sua vez, não tem como ser prevenida, apenas controlada, pois os mecanismos que a desencadeiam ainda são pouco conhecidos."