Poliomielite

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus facilmente transmissível, sobretudo entre as crianças, embora possa afetar também os adultos.

A infecção tanto pode cursar de forma simples, como uma virose qualquer, às vezes até assintomática, quanto ter uma apresentação mais grave, quando o vírus chega ao sistema nervoso e tem potencial de destruir neurônios de áreas que comandam funções motoras – daí porque é conhecida como paralisia infantil.

Na forma paralítica, a destruição de células nervosas paralisa de maneira transitória ou permanente músculos das pernas, da deglutição e da respiração, o que pode deixar seqüelas irreversíveis – como a paralisia dos membros inferiores – e até mesmo colocar a vida do portador do vírus em risco.

No entanto, graças aos programas oficiais de vacinação, a poliomielite está erradicada do Brasil desde 1989, assim como do continente americano, onde a última notificação de que se tem notícia data de 1991.

O Brasil recebeu em 1994 o certificado de erradicação da doença pela Organização Mundial de Saúde. A doença, contudo, ainda existe na Nigéria, no Paquistão, no Afeganistão e na Índia, com casos ocorrendo também na China, Oeste da África, Chad, Yemen, Indonésia, Angola, Etiópia e Somália.

Dado o movimento crescente de pessoas pelo globo, a chance de o vírus voltar ao território americano permanece iminente. Por isso, as autoridades de saúde precisam manter constantemente as campanhas de imunização da população infantil, assim como a vigilância em relação ao surgimento de novos casos.

Causas e Sintomas

"Estima-se que mais de 95% dos casos da doença cursem sem sintomas ou com poucas manifestações, que, quando existem, podem se assemelhar às de uma gripe, com mal-estar, febre ligeira e dor de garganta, ou às de infecções gastrointestinais, com alterações no trânsito intestinal, como prisão de ventre, além de dor abdominal, vômitos e náuseas. Na forma paralítica, a infecção causa febre, dor de cabeça, rigidez no pescoço e nas costas, instalação repentina de deficiência motora flácida, dores musculares, dificuldade para mover os membros inferiores, dificuldade para engolir e até engasgamentos com alimentos, líquidos e até mesmo com saliva. A doença decorre da ação de um dos três sorotipos do poliovírus, do gênero Enterovírus, família Picornaviridae. Esse agente é transmitido pela via fecal-oral, ou seja, através de água e alimentos contaminados com fezes de pessoa infectada pelo vírus. Logo, a ocorrência da doença costuma ser mais comum em regiões carentes de saneamento básico, notadamente em locais com grande concentração de pessoas, como a Índia. As crianças pequenas são particularmente afetadas, pois ainda não têm hábitos higiênicos bem desenvolvidos e, na ausência de vacinação, não têm defesa contra o vírus. Com menor freqüência, o poliovírus passa de um indivíduo para outro pelo contato com gotículas da saliva de pessoas infectadas. Convém esclarecer que o tempo decorrido entre o contágio e o desenvolvimento da poliomielite vai de 3 a 35 dias, com média de 7 a 12 dias."

Exames e Diagnósticos

"A suspeita é cogitada diante de sintomas muito característicos, como o aparecimento repentino de dificuldades motoras ou flacidez muscular, principalmente das pernas, com diminuição ou ausência de reflexos na área paralisada acompanhadas de febre, associados ao relato de estada recente em países em que a poliomielite ainda ocorre. A confirmação, porém, depende do isolamento do vírus em exame de fezes ou, então, da detecção de material genético do microrganismo no sangue da pessoa que apresenta o quadro infeccioso. Outros exames podem ser necessários para descartar hipóteses diagnósticas que apresentam sintomas semelhantes, como as meningites causadas por vírus e a síndrome de Guillain-Barré, entre outras."

Tratamentos e prevenções

"Como na maioria das doenças virais, o tratamento da poliomielite é feito com medidas terapêuticas de suporte, que, entretanto, têm de ser adotadas em ambiente hospitalar, para evitar as complicações e minimizar os riscos. Essas medidas incluem repouso, com mudança de posição do indivíduo, alívio da dor e da febre, controle da pressão arterial e manutenção do trânsito intestinal e da função dos rins e pulmões. Com a melhora da dor, o portador da infecção precisa ainda de cuidados ortopédicos e fisioterápicos para a prevenção de deformidades. A eliminação da poliomielite do continente americano se deve à imunização da população infantil contra o poliovírus. Particularmente no Brasil, a cobertura vacinal ultrapassa os 95%. A vacina usada nessas campanhas é a Sabin – as famosas gotinhas, administradas por via oral –, que as crianças recebem aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade, com reforço entre os 15 e os 18 meses e antes da idade escolar, entre os 4 e os 6 anos. Existe também uma vacina injetável contra a poliomielite, denominada Salk, cuja utilização vem crescendo nos países que não possuem mais casos da doença, no Brasil, inclusive. O motivo dessa estratégia está no fato de a Salk ser elaborada com vírus inativados, que não têm como produzir infecção, ao passo que a Sabin possui vírus vivos atenuados, os quais são liberados pelas fezes das crianças, após a vacinação, durante seis semanas. Para as pessoas que têm o sistema imunológico em perfeito estado, não há o menor risco de contaminação, mas não se pode dizer o mesmo dos imunodeprimidos, cujas defesas não funcionam a contento, como ocorre entre os portadores de aids e os transplantados. Por isso, recomenda-se que as crianças que vivem com imunodeprimidos recebam a Salk, em vez da Sabin. Outro problema com a Sabin é a ocorrência – rara – de infecção vacinal, decorrente de uma mutação no vírus atenuado. Dessa forma, o vírus vacinal passa a causar doença em lugar de apenas ativar a produção de anticorpos para conferir proteção contra a mesma. Isto pode ocorrer particularmente nos adultos. A imunização é indicada para proteger viajantes que se dirigem a áreas que ainda não eliminaram a poliomielite, como Índia e Paquistão. Mesmo que sejam adultos já vacinados previamente, é importante fazer um reforço antes de viajar para evitar surpresas desagradáveis e, pensando ainda no contexo de saúde pública, que a pessoa traga de volta para o Brasil o vírus da poliomelite."