Retinopatia diabética

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

A retinopatia diabética é uma complicação ocular do diabetes que interfere na circulação do sangue pela retina, a porção do olho que contém as células responsáveis por perceber a luz e enviar as imagens ao cérebro.

A hiperglicemia promove uma série de alterações metabólicas locais na retina que levam a   enfraquecimento  das paredes dos vasos dando origem a minúsculas dilatações, chamadas de microaneurismas, que podem sofrer ruptura e deixar escapar sangue,  extravazamento de  lipídeos do sangue que se depositam na retina (exsudação) e a diminuição da circulação sangüinea local (isquemia ) . Essas alterações, em maior ou menor grau, levam a distorções visuais e podem comprometer a visão central.

Existem duas formas principais da doença: a forma não-proliferativa, em que ocorrem as alterações locais, sem a formação de vasos, e a forma proliferativa, em que o grau de isquemia é suficiente para determinar a proliferação de novos vasos.  Muito frágeis, esses minúsculos vasos se dilatam e se rompem com mais facilidade, formando um tipo de cicatriz que começa a repuxar a retina e a causar seu progressivo descolamento. É possível que a forma não –proliferativa progrida para a forma proliferativa, se não tratada.

Na prática, portanto, a retinopatia é potencialmente capaz de provocar a perda parcial ou total da visão, a ponto de estar entre as principais causas de cegueira na população mundial adulta. Embora afete a maioria dos diabéticos com o passar dos anos, essa complicação, que hoje tem tratamento, pode ser postergada com a manutenção de taxas adequadas de glicose no sangue.

Causas e Sintomas

"Inicialmente, a doença não manifesta sintomas. À medida que evolui, com o escape de sangue dos microaneurismas e, depois, com o comprometimento de novos vasos sanguíneos, o diabético pode se queixar de visão borrada, da percepção de pontos pretos e flashes e até mesmo da perda repentina de sua acuidade visual. A causa desse distúrbio na retina está nas alterações provocadas pelo diabetes aos vasos sangüíneos. Com a permanência de níveis elevados de glicose no sangue, as veias e artérias se estreitam e suas paredes se tornam mais fracas e mais propensas a dilatações e conseqüentes rompimentos. Contudo, o fator tempo é determinante para a instalação da complicação ocular. Na população com dez anos de diabetes, 50% das pessoas têm retinopatia, ao passo que, no grupo que é diabético há 30 anos ou mais, 90% apresentam a doença. O dano aos pequenos vasos da retina, porém, pode aparecer mais rapidamente na vigência de outras condições, a exemplo de gravidez, anemia, hipertensão arterial, tabagismo, colesterol elevado e doenças renais."

Exames e Diagnósticos

"A retinopatia diabética costuma ser diagnosticada no consultório médico por meio de um exame oftalmológico, feito com as pupilas dilatadas com um colírio próprio para essa finalidade, de modo que o especialista possa avaliar o fundo do olho e identificar as eventuais alterações vasculares. Uma vez confirmada a doença, pode-se prosseguir com a angiografia por fluoresceínica, um exame que obtém imagens do globo ocular depois que a pessoa recebe, por via endovenosa, uma injeção de corante fluorescente. Ao alcançar a retina, a substância injetada mostra o seu fluxo sangüíneo, revelando a extensão da retinopatia, a exemplo da formação anormal de novos vasos, o que é fundamental para determinar a necessidade de tratamento local."

Tratamentos e prevenções

"O tratamento visa a conter o avanço da doença e, portanto, alcança melhor esse objetivo quanto mais precocemente for instituído. Em geral, costuma ser feito por fotocoagulação, uma técnica que consiste na aplicação de raios laser tanto para selar os vasos rompidos, diminuindo o inchaço em seu entorno e consequentemente o dano à visão, quanto para diminuir a proliferação dos vasos sanguiíneos e, assim, evitar suas conseqüências, de maneira a manter a retina aderida ao fundo do olho. Mais recentemente, também têm sido usadas substâncias antiangiogênicas, ou seja, que impedem o nascimento de vasos sangüíneos, para interromper a evolução da retinopatia e, assim, evitar futuras perdas visuais. Em casos de hemorragia significativa, pode ser necessária a realização de uma intervenção cirúrgica para remover o sangue que escapa dos vasos para o humor vítreo, o material gelatinoso que preenche o interior do olho. É claro que, qualquer que seja a necessidade terapêutica, a estratégia escolhida precisa ser combinada com um severo controle dos índices de glicose na circulação. A prevenção da retinopatia passa obrigatoriamente pelo controle do diabetes, o que tem de ser feito ao longo de toda a vida do diabético com alimentação adequada, prática de exercícios e, algumas vezes, medicamentos apropriados, e pela manutenção da pressão arterial em níveis normais. Esses cuidados podem ajudar a reduzir o comprometimento dos vasos sangüíneos e, portanto, contribuem significativamente para postergar a instalação da doença com o passar do tempo. O acompanhamento oftalmológico também é fundamental. Cinco anos depois de ter recebido o diagnóstico de diabetes, toda pessoa deve visitar anualmente o oftalmologista para possibilitar a detecção da retinopatia em seu estágio inicial e a instituição precoce da intervenção local, quando necessário."