Uveíte

Tópicos presentes nesta página:

  • Descrição  
  • Causas e Sintomas  
  • Exames e Diagnósticos  
  • Tratamentos e prevenções  

Descrição

A uveíte é uma inflamação intra-ocular que envolve isoladamente ou em conjunto as três estruturas da úvea: a íris, que circunda a pupila e funciona como a lente de uma máquina fotográfica, controlando a entrada de luz; o corpo ciliar, formado por músculos que se contraem para permitir o foco de objetos próximos; e a coróide, que faz o revestimento interno do globo ocular. Responsável pela nutrição dos olhos, a úvea fica em sua camada intermediária e tem contato com a porção externa (esclera) e a porção interna (retina e vítreo). Por isso, o processo inflamatório na úvea pode acometer por contiguidade todas as estruturas do globo ocular. Sem tratamento, portanto, a condição é capaz de causar lesões oculares importantes podendo gerar complicações como a catarata, o glaucoma e o descolamento da retina. A uveíte freqüentemente ocorre como manifestação secundária de enfermidades inflamatórias e infecciosas, sendo mais comum no adulto jovem, entre 20 e 40 anos.

Causas e Sintomas

"A inflamação na úvea tem diversas causas, podendo estar associada a doenças inflamatórias sistêmicas ou doenças infecciosas. O grupo de doenças conhecidas como auto-imunes, ou seja, doenças causadas por alterações induzidas pelas próprias células de defesa do organismo, são uma causa importante de uveíte, dentre as quais destacam-se a artrite reumatóide e o lúpus eritematoso sistêmico. Entre as causas infecciosas, destaca-se no Brasil a toxoplasmose. Outras doenças infecciosas endêmicas como sífilis e tuberculose podem cursar com uveíte. Vale ressaltar ainda que em grande número de casos não se consegue determinar a etiologia da uveíte, que, dessa forma, são classificadas como “idiopáticas”. Em certas faixas etárias as uveítes idiopáticas são as mais freqüentes. Os sintomas da uveíte dependem das estruturas afetadas. Quando a inflamação se restringe à íris e/ou ao corpo ciliar – ou seja, ao segmento anterior do olho –, o indivíduo se queixa de vermelhidão, sensibilidade à luz e algumas vezes de dor, de maneira semelhante ao que ocorre na conjuntivite. Já nos casos em que a coróide é atingida – isto é, o segmento posterior do olho –, costuma haver também alterações visuais, como visão borrada ou com pontos pretos flutuantes, que podem ser a única manifestação se a doença se concentrar nesse local."

Exames e Diagnósticos

O diagnóstico da uveíte é essencialmente clínico, baseando-se nos sintomas, na análise da história de saúde do indivíduo e no exame oftalmológico detalhado. A localização da inflamação (na parte posterior ou anterior do olho), lateralidade (um ou ambos os olhos) e a idade da pessoa ajudam o médico a determinar a causa do processo inflamatório. Freqüentemente, além dessas informações, o médico precisa solicitar testes laboratoriais para elucidar o diagnóstico, como, por exemplo, testes sangüíneos para dosagem de anticorpos contra agentes infecciosos e dos exames relacionados a respostas auto-imunes do organismo.

Tratamentos e prevenções

"O tratamento depende da origem da uveíte, mas, basicamente, procura atenuar a inflamação e dor com o uso de antiinflamatórios tópicos e colírios que causam relaxamento da musculatura da íris e do corpo ciliar. Além de amenizar a dor ocular, o efeito de dilatação pupilar impede aderências da íris ao cristalinio. Se a inflamação tem origem em causa infecciosa (como sífilis, tuberculose, toxoplasmose e herpes), deve –se empregar medicação específica para combater estes microorganismos. Se a causa é doença imunológica (auto-imune), é recomendável o acompanhamento em conjunto com um reumatologista, que cuidará da eventual imunossupressão sistêmica. A prevenção dos processos infecciosos mais envolvidos com a uveíte depende de cuidados específicos. Por exemplo, a sífilis é uma doença sexualmente transmissível e, como tal, pode ser evitada com o uso de preservativo. A tuberculose conta com vacina para prevenir suas formas mais graves durante o primeiro ano de vida e com tratamentos específicos contra a bactéria. Por fim, a possibilidade de adquirir a toxoplasmose diminui evitando-se a ingestão de carne crua ou malpassada, o consumo de vegetais não lavados ou de procedência duvidosa e o convívio com gatos, que são hospedeiros do parasita envolvido na infecção. Para a gestante, o pré-natal ainda complementa as medidas preventivas. Já os portadores de manifestações reumáticas devem consultar um reumatologista para uma avaliação clínica e laboratorial. Com tais informações em mãos, portanto, o oftalmologista pode estabelecer um acompanhamento estreito e diagnosticar a uveíte no começo, evitando maiores conseqüências à visão."