Unindo as vantagens da ultrassonografia (US) e da ressonância multiparamétrica (RM) e minimizando seus pontos fracos, a biópsia transretal da próstata com fusão de imagens da ressonância combina as elevadas sensibilidade e especificidade da RM na identificação de lesões suspeitas com a praticidade e o custo-benefício da US.
Com um software específico, é possível realizar a sobreposição da sequência ponderada em T2 da RM com a imagem da US, em tempo real, possibilitando a punção dirigida da lesão suspeita com precisão, bem como das demais regiões não suspeitas de forma randomizada.
Algumas casuísticas evidenciaram aumento de até 30% no diagnóstico de cânceres de alto risco, em comparação à técnica tradicional.
Indicações
• Suspeita clínica de tumor e biópsia prévia negativa
• Diagnóstico prévio de câncer em vigilância ativa
• Controle da evolução da lesão nos candidatos à terapia local
• Lesão suspeita já identificada pela RM
• Necessidade de realização de biópsia para diagnóstico definitivo
Vantagens e limitações da biópsia guiada por US
O exame utiliza o método sextante, que coleta fragmentos randomizados da zona periférica, da base até o ápice, onde se concentram 70-80% das lesões malignas. Abrangendo um pouco mais a amostragem, alguns serviços também obtêm fragmentos da zona de transição, onde as lesões são menos frequentes.
Sua grande limitação é a possibilidade de resultado falso-negativo, já que lesões em regiões menos usuais (porções anterior ou paramediana) ou lesões menores podem não ser detectadas, com taxas que variam de 30% a 47%, comprometendo a estratificação de risco em pacientes suspeitos para neoplasias.
Na tentativa de minimizar as situações de suspeita clínica persistente e biópsias negativas, não raro se recorre a repetidos procedimentos e a biópsias de saturação, com aumento significativo do número de fragmentos coletados. Apesar dos esforços, tais estratégias não se mostram significantemente melhores do que as biópsias por amostragem aleatória.
Vantagens e limitações da RM multiparamétrica da próstata
Mostra-se como o método de imagem mais acurado no diagnóstico e no estadiamento do câncer da glândula, na medida em que detecta lesões clinicamente significativas e, portanto, reduz a realização de biópsias desnecessárias. Por meio da combinação das sequências ponderadas em T2, com alta definição anatômica, com as sequências de difusão e dinâmicas pós-contraste, que fornecem informações fisiológicas, o exame identifica lesões suspeitas para neoplasia com sensibilidade e especificidade de até 74% e 88%, respectivamente.
Apesar disso, a biópsia guiada por RM é tecnicamente limitada, cara e pouco precisa na coleta de material.
Nota:
O termo “biópsia com fusão cognitiva de imagens da RM” refere-se ao procedimento realizado apenas com análise prévia da RM e identificação da lesão suspeita. Nesse tipo de exame, as punções são realizadas de forma tradicional, guiadas apenas pela imagem da US, procurando somente aumentar o número de fragmentos obtidos da região suspeita, sem uso do software nem sobreposição com as imagens da RM em tempo real
Consultoria médica
Dr. Gustavo Camboim Prandi
gustavo.prandi@grupofleury.com.br
Dr. Roberto Castello
roberto.castello@grupofleury.com.br
Dr. Roberto de Moraes Bastos
roberto.bastos@grupofleury.com.br
Dr. Sergio Ajzen
Em breve, o Grupo Fleury divulgará o edital e abrirá as inscrições para os Programas de Fellow.
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