Em comum, os recursos disponíveis têm uma fibra óptica de dimensões reduzidas e a possibilidade de serem aplicados a diversas situações clínicas. Videolaringoscopia rígida
Videolaringoscopia rígida
Realizada pela cavidade oral com fibra óptica rígida, a videolaringoscopia rígida, ou videotelelaringoscopia, apresenta, no mesmo aparelho, um maior número de fibras ópticas – e, portanto, um maior diâmetro em relação aos aparelhos nasais flexíveis –, fornecendo, assim, uma imagem de melhor definição. Nessa avaliação, a luz é emitida e captada pela ponta do equipamento em um ângulo de 70 graus, o que favorece a visualização da laringe mesmo com o instrumento ainda na cavidade oral ou na orofaringe. Trata-se do exame de escolha para a inspeção da morfologia laríngea, mas também permite ao médico examinador observar a movimentação local e alguns padrões funcionais.
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Presença de pequena lesão cística na prega vocal direita, com a formação de fenda em ampulheta durante a fonação. | Visão durante a respiração: o vaso transverso ao eixo da prega vocal direita dirige-se à lesão intracordal |
Videolaringoestroboscopia
Com o uso da mesma fibra óptica da videolaringoscopia rígida, mas acoplada a uma fonte de luz estroboscópica, obtém-se a videolaringoestroboscopia, um exame capaz de avaliar a vibração das pregas vocais, o que é fundamental para a produção de voz com alta qualidade. Durante a fonação, as cordas vocais oscilam e levam a camada superficial de seu epitélio a se deslocar em forma de onda, dando origem à chamada “onda mucosa”. Uma vez que esta depende da condição das pregas vocais, quaisquer alterações mecânicas ou estruturais que elas sofram podem causar impacto à sua oscilação. Na prática, a visualização e a quantificação das propriedades da onda mucosa são parâmetros importantes no diagnóstico das doenças de tais estruturas. A mensuração desse deslocamento ainda fornece informações sobre características das pregas que não podem ser estabelecidas por outras técnicas propedêuticas. Vale adicionar que a utilização da luz estroboscópica, com disparos ajustados à frequência da voz do paciente, produz imagens sequenciais rápidas de pequenos momentos do ciclo fonatório, dando a impressão de câmera lenta. Dessa maneira, é possível observar o mecanismo de abertura e fechamento das pregas vocais, assim como a onda mucosa formada, o que seria impossível a olho nu, devido à sua velocidade.
Videonasofibrolaringoscopia
Também conhecida como nasofaringolaringovideofibroscopia, a videonasofibrolaringoscopia consiste na introdução de uma fibra óptica flexível, de 3,2 a 3,4 mm de diâmetro, nas cavidades nasais até a transição entre a rino e a orofaringe, o que torna possível a visualização da laringofaringe e da laringe. É atualmente o exame mais utilizado em nosso meio para a avaliação anatômica e funcional dessas estruturas. A videonasofibrolaringoscopia pode ser realizada em pessoas de qualquer idade, incluindo recém-nascidos, e até em indivíduos acamados e pouco colaborativos. O desenvolvimento dos nasofibroscópios com chip acoplado à ponta melhorou muito a qualidade da documentação adquirida, já que essa nova tecnologia evita a perda de luz e possibilita a aquisição de imagens com alta definição.
Anteriorização da aritenoide direita em paciente com imobilidade da prega vocal direita. | Edema bilateral obliterante das pregas vocais (edema de Reinke). |
Videoendoscopia da deglutição
Chamada igualmente de nasofaringolaringovideofibroscopia da deglutição, a videoendoscopia da deglutição (VED) utiliza uma fibra óptica flexível, introduzida por uma das narinas, com o intuito de avaliar a função do palato, da base da língua e das estruturas faríngeas e laríngeas durante a deglutição. No exame, o paciente recebe alimentos corados, em diversas consistências e quantidades, enquanto a oro e a laringofaringe são monitoradas através da fibra óptica posicionada na nasofaringe. Dessa forma, podem-se flagrar diversos sinais indicativos de alteração no processo da deglutição, como escape precoce ou tardio do alimento da boca para a faringe, retardo no disparo do reflexo de deglutição, presença de resíduos após o processo, penetração laríngea e aspiração, entre outros. O exame ocasiona um mínimo de desconforto ao paciente e pode ser feito em indivíduos de todas as idades, inclusive em doentes acamados. É realizado por otorrinolaringologista e acompanhado por fonoaudiólogo especializado em deglutição, que auxilia o médico na oferta dos alimentos e nas manobras terapêuticas, tendo seus resultados interpretados em conjunto pela equipe multidisciplinar. Vale salientar que a VED dispensa o uso de radiação, além de favorecer a análise da sensibilidade faringolaríngea e a inspeção visual da faringe, que permite detectar a presença de secreções, de lesões e de paralisias das pregas vocais, bem como avaliar o aspecto da mucosa.
Estase de alimento corado em azul na região retrocricolaríngea. | Estase alimentar na região da base da língua e do ligamento faringoepiglótico esquerdo. |
Como utilizar esses exames na investigação da disfagia e da disfonia | ||
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Exame | Indicações | |
Videolaringoscopia rígida | - Visualização da garganta e das pregas vocais, com o paciente acordado, durante a respiração e durante a emissão de sons (fonação) - Avaliação da anatomia das estruturas da faringe e da laringe, podendo identificar a presença de lesões ou outras alterações anatômicas - Avaliação da mobilidade das pregas vocais por meio das tarefas sugeridas | |
Videolaringoestroboscopia | - Avaliação da capacidade de vibração das pregas vocais - Investigação das alterações estruturais mínimas das cordas vocais, como sulcos e cistos - Diagnóstico diferencial entre lesões superficiais, lesões inflamatórias e lesões infiltrativas e tumorais | |
Videonasofibrolaringoscopia | - Avaliação de processos inflamatórios ou infecciosos do nariz ou das cavidades paranasais que podem interferir indiretamente na laringe - Estudo da função do palato, da faringe e da laringe durante a respiração, a fonação e a deglutição - Avaliação da voz cantada e da voz cênica, com seus devidos ajustes funcionais na faringe e na laringe | |
Videoendoscopia da deglutição | - Avaliação de pacientes com qualquer grau de disfagia e com suspeita de aspiração de alimentos ou saliva - Análise da eficiência de manobras para minimizar a disfagia e acompanhar a evolução do quadro - Orientação em relação ao tipo de dieta mais adequado para o paciente disfágico - Orientação sobre a reintrodução da alimentação por via oral em indivíduos nutridos por sonda nasogástrica ou nasoenteral ou por gastrostomia |
E o clássico videodeglutograma? |
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O exame, no qual a deglutição é avaliada através de radioscopia, com a oferta de alimentos misturados a meio de contraste, foi considerado o padrão-ouro para o diagnóstico de disfagia por muitos anos. Contudo, com a introdução das fibras ópticas de pequeno calibre na prática clínica, como a videoendoscopia da deglutição, avaliações mais funcionais e fisiológicas puderam ser desenvolvidas. Apesar disso, o videodeglutograma não deixou de ter utilidade nesse cenário, pois traz algumas informações distintas da videoendoscopia, especialmente na avaliação de aspectos relacionados à fase oral da deglutição, como preparo do bolo alimentar e sua centralização e estases na cavidade oral, além de permitir a observação da transição da fase oral para a fase faríngea. Assim, o videodeglutograma e a videoendoscopia são exames que se complementam, resultando em uma avaliação mais abrangente de todo o processo de deglutição. |
FONOAUDIOLOGIA |
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Assessoria Médica |
Dra. Cláudia Eckley [email protected] Dr. Rodrigo P. Tangerina [email protected] |
Teresa Bilton |
Pode ser utilizada para detectar o DNA da bactéria Leptospira spp. no plasma.
Avaliação complementar da análise histológica convencional de lesões pré-neoplásicas e neoplásicas.
Dados da OMS de 2022 revelam que há cerca de 254 milhões de portadores de hepatite B no mundo.
A uveíte é uma inflamação ocular que representa uma das principais causas de morbidade ocular.