A investigação da doença deve se basear na pesquisa de mastócitos neoplásicos segundo critérios morfológicos, imunofenotípicos e/ou genético-moleculares.
A investigação da doença deve se basear na pesquisa de mastócitos neoplásicos segundo critérios morfológicos, imunofenotípicos e/ou genético-moleculares.
A mastocitose é definida como um grupo heterogêneo de doenças caracterizadas por proliferação clonal e acúmulo de mastócitos em um ou múltiplos tecidos, incluindo pele, medula óssea, fígado, baço e linfonodos. A pele é o órgão mais acometido, o que ocorre em praticamente 100% das formas pediátricas e em torno de 85% das formas do adulto. A apresentação clínica mostra-se heterogênea, variando de doença limitada à pele até casos com comprometimento extracutâneo, denominados mastocitose sistêmica (MS), que podem ter evolução indolente ou agressiva e se associam com disfunção de múltiplos órgãos e sobrevida diminuída. Os sintomas clínicos decorrem da liberação de mediadores mastocitários e da infiltração tecidual por mastócitos neoplásicos, sendo os mais frequentes o prurido, o enrijecimento facial e do tronco superior, a sensação de calor e a sudorese, eventualmente combinados a palpitações, dor torácica e cefaleia. Dor abdominal recorrente e diarreia estão presentes em uma parcela significativa dos casos, podendo evoluir para quadros graves de má absorção. O diagnóstico de mastocitose baseia-se na identificação de mastócitos neoplásicos por critérios morfológicos, imunofenotípicos e/ou genético-moleculares, de acordo com a classificação da Organização Mundial da Saúde, que define sete variantes da doença.
Mastócito atípico em aspirado de medula óssea
de paciente com mastocitose sistêmica.
Passo a passo do diagnóstico de mastocitose |
---|
Morfologia - O mielograma permite a identificação de células mastocitárias com morfologia anômala, a exemplo de hipogranulação, núcleo multilobulado e projeções citoplasmáticas. A porcentagem de mastócitos na medula óssea é decisiva para o diagnóstico final da MS em fases avançadas. Na maioria dos casos da doença com comprometimento sistêmico, o estudo anatomopatológico da medula detecta infiltrados multifocais compostos de mastócitos fusiformes, com triptase e CD117 positivos, em número superior a 15 por agregado. Nesses pacientes, a MS pode ser diagnosticada sem outros testes adicionais, já que preenche um critério maior (agregados de mastócitos) e um menor (morfologia anormal) da classificação da OMS. |
Citometria de fluxo - Os mastócitos da medula são facilmente detectados pela citometria de fluxo porque o CD117 se expressa com elevada intensidade. O fenótipo normal mastocitário caracteriza-se pela expressão de CD45, CD63, CD203c, FcεRI e triptase citoplasmática total (CyB12), na ausência dos marcadores CD2, CD25, CD123 e CD34. Mastócitos de pacientes com MS frequentemente apresentam expressão antigênica anômala, permitindo uma clara diferenciação dos mastócitos normais, com sensibilidade superior a 98% e especificidade de 100%, o que torna a citometria de fluxo uma ferramenta indispensável na avaliação diagnóstica da mastocitose. Vale esclarecer que mastócitos neoplásicos em geral expressam de forma anormal o CD25, associado ou não à presença de CD2, o que, no entanto, é considerado um critério diagnóstico menor da OMS. Outros fenótipos aberrantes descritos incluem ainda a expressão anômala de CD123 e a hiperexpressão de CD203c e CD45. |
Estudos genético-moleculares - A identificação da mutação KITD816V corresponde a um critério menor na classificação da OMS, embora seja detectada em mais de 80% dos casos de mastocitose. Na presença de eosinofilia, recomenda-se a pesquisa do rearranjo FIP1L1-PDGFRA por FISH. A análise citogenética convencional, por sua vez, geralmente permite a detecção de casos de mastocitose associada com rearranjo PDGFRB, isto é, translocações cromossômicas envolvendo 5q31-31. |
Critérios diagnósticos de mastocitose sistêmica* |
---|
Critério maior
|
Critérios menores
|
De acordo com a classificação de tumores de tecidos hematopoéticos e linfoides da OMS. |
Clique aqui para ver mais detalhes sobre a mastocitose.
Assessoria Médica |
---|
Dr. Alex Freire Sandes: [email protected] |
Dr. Edgar Gil Rizzatti: [email protected] |
Dados da OMS de 2022 revelam que há cerca de 254 milhões de portadores de hepatite B no mundo.
Avaliação complementar da análise histológica convencional de lesões pré-neoplásicas e neoplásicas.
A uveíte é uma inflamação ocular que representa uma das principais causas de morbidade ocular.
Comportamentos epidemiológicos das IST as têm colocado na posição de problema de saúde pública