O método consegue identificar uma célula alterada dentre 10 mil normais.
Forma rara de anemia, a hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é causada por uma mutação somática adquirida na célula-tronco hematopoética, precisamente num gene albergado no cromossomo X (PIG-A), que codifica a proteína glicosilfosfatidilinositol (GPI). Essa proteína se liga à membrana das hemácias, dos neutrófilos, dos monócitos e das demais células do sangue, sendo responsável pela ancoragem de várias outras proteínas à superfície celular, entre as quais algumas que protegem as células hematopoéticas da lise pelo complemento – justamente o mecanismo que destrói as hemácias nessa anemia. Assim, uma vez que a célula-tronco adquira uma das centenas de mutações descritas no gene PIG-A, todos os exemplares originários daquele clone serão deficientes em proteínas ancoradas pela GPI. Nos últimos dois anos, esforços internacionais levaram à proposição de várias melhorias no diagnóstico da HPN, hoje feito pela citometria de fluxo. Esse aprimoramento tem envolvido aspectos relacionados à padronização de protocolos e de métodos de análise, ao uso de equipamentos de última geração e ao emprego de reagentes mais eficazes, como é o caso da aerolisina fluorescente, ou Flaer. Derivada de toxinas bacterianas, tal proteína se liga diretamente à âncora de GPI, mas não a proteínas ligadas à membrana celular por essa âncora, como ocorre com outros reagentes usados no diagnóstico da HPN. Com esse novo método, é possível identificar até uma célula proveniente de um clone HPN, dentre 10 mil normais, enquanto os testes convencionais, com anticorpos monoclonais apenas para os antígenos CD55 e CD59, apresentam um limite de sensibilidade de, no máximo, 1%. Além dessas vantagens, o exame permite identificar pequenos clones HPN em outras síndromes de falência medular em que a presença deles pode ter significado clínico, como ocorre na síndrome mielodisplásica hipoplástica e na anemia aplástica.
Manifestações da HPN |
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Os pacientes com HPN em geral exibem significativo aumento na incidência de episódios tromboembólicos ou graus variados de falência da medula óssea ou hemólise intravascular mediada pelo complemento. Este último fenômeno é o mais importante decorrente da doença, uma vez que está presente em praticamente todos os casos e dá origem às principais manifestações clínicas da HPN, como anemia, hemoglobinúria, fadiga, disfagia, disfunção erétil, hipertensão pulmonar e insuficiência renal crônica. O curso clínico da HPN é extraordinariamente variável: enquanto alguns pacientes mantêm um clone pequeno e são oligossintomáticos, outros progridem rapidamente para falência medular ou sofrem episódios tromboembólicos cujo impacto no prognóstico em geral é desastroso. Até pouco tempo atrás, pouco podia ser feito para mudar esse cenário, mas, recentemente, surgiu o anticorpo monoclonal eculizumabe, que consegue inibir o sistema complemento e reduzir de forma significativa a hemólise crônica e o risco de trombose. |
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Assessoria Médica |
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Dr. Alex Freire Sandes: [email protected] |
Dr. Edgar Gil Rizzatti: [email protected] |
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