Fleury usa inteligência artificial em tomografias para priorizar casos com diagnósticos graves

Tecnologia abrevia a detecção de achados críticos nesses exames.

Após um longo período de avaliação do uso da ferramenta de inteligência artificial (IA) em tomografias computadorizadas de tórax, o Fleury decidiu ampliar a aplicação da tecnologia e incorporar novas modalidades, incluindo algoritmos para tomografias de crânio, coluna cervical e abdome. Desenvolvida pela startup israelense Aidoc, fornecedora líder de soluções de IA para imagens médicas, a tecnologia estava em estudo desde abril de 2019.

A ferramenta analisa as imagens assim que elas são adquiridas e gera um alerta na tela dos radiologistas para priorização dos casos positivos e graves nas filas de trabalho. Isso ajuda a equipe que lauda os exames a identificar condições críticas mais rapidamente e diagnosticar formas incidentais das doenças.

Assim, é possível reduzir o tempo de detecção de achados potencialmente graves como embolia pulmonar, sangramento intracraniano, fraturas cervicais e perfuração intestinal para cerca de 15 minutos, permitindo agilizar a comunicação entre o radiologista e o médico dos pacientes, o que culmina em tratamentos mais precoces. Durante o período de teste até agora, quase 100 pacientes do Fleury que receberam diagnóstico de embolia pulmonar já foram impactados pela rápida comunicação e coordenação do cuidado entre as equipes médicas.


Diagnóstico de embolia pulmonar

A tomografia computadorizada de tórax com contraste com protocolo dirigido para pesquisa de embolia pulmonar é solicitada quando existe alta suspeita clínica da condição. No entanto, não raro há casos de tromboembolismo pulmonar em indivíduos que fazem o exame por outro motivo e têm risco aumentado para a formação de trombos, como os pacientes oncológicos. Nessas situações, o benefício de um alerta precoce é enorme, uma vez que a maioria seria vista por um médico posteriormente devido à indicação não urgente da tomografia.

O fato é que resultados de exames realizados fora do contexto de pronto-socorro podem demandar algumas horas, mas o emprego da IA alerta o radiologista, possibilitando a visualização das imagens e o contato com o médico solicitante de forma muito mais ágil.

Vale ponderar que a incorporação da tecnologia de IA complementa fluxos convencionais com prioridade de lista de trabalho e tem o potencial de melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, acelerando o processo de diagnóstico e aumentando a segurança do paciente caso ele apresente algum desses achados graves nos exames. Tudo isso sem substituir o trabalho do radiologista, que, com a solução, consegue exercer seu papel de modo mais eficiente.

 

Consultoria médica

Dr. Bruno Aragão Rocha

Radiologista e coordenador médico de Inovação

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