Vírus JC sob a visão da microscopia eletrônica de transmissão.
Os métodos moleculares se aplicam ao esclarecimento etiológico de doenças desmielinizantes que acometem sobretudo pacientes imunocomprometidos, como é o caso da leucoencefalopatia multifocal progressiva (Lemp), decorrente da infecção pelo vírus JC (JCV).
A princípio associada a doenças linfoproliferativas e, mais tarde, à infecção por HIV, a Lemp também vem sendo descrita em indivíduos com afecções inflamatórias crônicas, a exemplo de esclerose múltipla e doença de Crohn, tratados com anticorpos monoclonais específicos, como o natalizumabe.
Embora o padrão de imagens de ressonância magnética nessa doença permita sua diferenciação com as lesões desmielinizantes produzidas pela esclerose múltipla do tipo surto-remissão, esses achados, num paciente tratado com anticorpos monoclonais, impõem a confirmação etiológica do quadro. A possibilidade de Lemp também deve ser cogitada em imunocomprometidos com infecções oportunistas do SNC, qualquer que seja a natureza da disfunção imunológica.
Atualmente, a alta sensibilidade da PCR em tempo real no liquor torna esse exame o mais confiável para pesquisar o JCV, com melhor relação risco-benefício. Afinal, trata-se de uma técnica menos invasiva que a biópsia estereotáxica de tecido nervoso – ainda considerada o padrão-ouro para o diagnóstico do JCV – e com menor risco de complicações, além de ser mais acessível na maioria dos cenários de investigação.
Por dentro da Lemp |
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Descrita pela primeira vez na década de 30, a Lemp só teve sua etiologia infecciosa confirmada em 1971, diante do isolamento de um vírus neurotrópico em culturas de células gliais inoculadas com extrato de cérebro de um paciente com a afecção – o JC, que deu nome ao agente. Segundo estudos soroepidemiológicos, 75-80% da população é infectada por esse vírus. Dessas infecções, cerca de metade ocorre na infância. Os sintomas derivam do envolvimento da substância branca de múltiplas regiões do SNC em decorrência da infecção lítica viral dos oligodendrócitos, sendo o déficit visual, observado em 35% a 45% dos casos, o mais comum, apesar de os mais característicos incluírem os transtornos cognitivo-afetivos, como labilidade emocional, déficit de memória e demência progressiva, às vezes com alterações comportamentais, que atingem um terço dos indivíduos. As alterações motoras são mais tardias e apresentam-se com sinais deficitários focais, do tipo síndrome do neurônio motor superior. De modo geral, a Lemp tem progressão lenta, com evolução para óbito depois de quatro a seis meses. |
ASSESSORIA MÉDICA |
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Análise do liquor Dr. Aurélio Pimenta Dutra Infectologia Dra. Carolina dos Santos Lázari Dr. Celso Francisco H. Granato |
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