Houve um grande avanço no tratamento das doenças cardiovasculares nos últimos anos e, por conta disso, observou-se um incremento da longevidade da população. Por outro lado, as pessoas estão cada vez mais sujeitas a doenças da senilidade, como a insuficiência coronariana e a fibrilação atrial, a primeira relacionada ao infarto do miocárdio e, a segunda, ao acidente vascular cerebral – as duas mais importantes causas de morte no mundo moderno, vale destacar. Tais entidades clínicas são muitas vezes assintomáticas, manifestando-se, não raro, com eventos fatais.
Particularmente nos casos nos quais se desconfia da presença da fibrilação atrial, a monitoração do paciente pelo sistema de eletrocardiografia dinâmica, idealizado por Norman Holter, está indicada como um dos mais importantes métodos de investigação. Por meio de registros com durações variáveis, o holter permite a detecção das alterações e sua correlação com a sintomatologia. A presença de manifestação clínica concomitante a uma arritmia estabelece a relação clínico-eletrocardiográfica, mas o contrário também é verdadeiro, ou seja, o achado de sintoma sem arritmia afasta a possibilidade de uma relação de causa-efeito.
A necessidade da monitoração torna-se ainda mais emblemática quando existem sintomas cuja origem ainda não foi esclarecida e a suspeita recai sobre um distúrbio da atividade elétrica cardíaca. Manifestações esporádicas podem ser correlacionadas com o prolongamento do tempo de gravação por 48 horas, por 72 horas e até por sete dias, aumentando a possibilidade do registro das alterações em pacientes com suspeita de fibrilação atrial.
Convém salientar que o perfil de risco dos pacientes com maior probabilidade de evoluir com fibrilação atrial e AVC é bem conhecido. Compreende aqueles com dois ou mais dos seguintes fatores: idade acima de 65 anos, hipertensão arterial, diabetes mellitus, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca e gênero feminino. Podem ser assintomáticos ou com queixas de palpitações de causa ainda não esclarecida. O rastreio dessa população de risco, por meio de monitorização eletrocardiográfica de sete dias, pode ser útil visando à terapêutica anticoagulante precoce.
A simples suspeição, nesses casos, já configura motivo para cogitar a condição, pois, quando essa arritmia se manifesta, os danos neurológicos podem ser de grande gravidade e irreversíveis. Para ter uma ideia, em indivíduos com histórico de ataque isquêmico transitório, a fibrilação atrial assintomática é a mais importante e tratável condição clínica associada com dano neurológico. Cerca de 20% a 30% dos casos de AVC criptogênico (de causa não definida) têm essa arritmia como fator desencadeante, o que implica, portanto, a necessidade de rastreá-la ativamente para possibilitar que a terapêutica com anticoagulantes seja iniciada sem demora, com vistas a uma bem-sucedida prevenção de recorrências do quadro isquêmico.
O tratamento precoce da arritmia e a prevenção do AVC constituem a melhor forma de tratar pacientes de alto risco numa população que envelhece. Quanto maior o tempo de duração do registro eletrocardiográfico, maiores as possibilidades de detecção da fibrilação atrial e do sucesso terapêutico.
Consultoria Médica
Dr. Dalmo A. R. Moreira
Dra. Ivana Antelmi
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