Entre os tumores sólidos malignos, o adenocarcinoma ductal de pâncreas é um dos que apresentam a maior taxa de mortalidade – no Brasil, corresponde a cerca de 2% de todos os cânceres diagnosticados e por 4% do total de mortes por neoplasias malignas.
Apesar de ser uma doença multifatorial, estima-se que de 10% a 15% dos casos sejam causados por variantes genéticas herdadas e que de 5% a 10% dos pacientes afetados apresentem história familiar positiva para o câncer de pâncreas.
De fato, há duas categorias de risco para esse tumor: as síndromes de predisposição hereditária relacionadas à presença de uma variante patogênica em um gene associado ao aumento de risco para a doença e o câncer de pâncreas familiar, quando o paciente tem história de dois ou mais parentes em primeiro grau acometidos, mas sem uma variante genética identificada em genes conhecidamente relacionados à neoplasia.
Nesse contexto, recomenda-se que indivíduos com diagnóstico de câncer de pâncreas (exócrino ou endócrino) passem pelo aconselhamento genético, que faz um levantamento da história oncológica pessoal e familiar detalhadas e avaliação de risco para uma possível síndrome de predisposição hereditária ao câncer.
Havendo suspeita de predisposição hereditária, o paciente recebe a indicação de realizar o teste genético para a pesquisa de mutações germinativas em genes relacionados à doença. Os genes BRCA1 e BRCA2 estão entre os mais comumente implicados com o câncer de pâncreas hereditário, bem como outros genes, também associados a um aumento de risco, incluindo ATM, PALB2, STK11, CDKN2A, MLH1, MSH2 e MSH6.
Uma vez que a maior parte dos indivíduos sintomáticos já está com doença avançada e incurável ao diagnóstico, torna-se importante a adoção de estratégias para a detecção precoce por meio do rastreamento em indivíduos portadores de uma síndrome de predisposição ou com aumento de risco devido à história familiar positiva, ou seja, com a presença de três ou mais parentes em primeiro ou segundo grau com a doença, do mesmo lado da família.
Para essas pessoas, recomenda-se rastreamento periódico com exames de imagem, como a ultrassonografia endoscópica e/ou a ressonância magnética (RM) ou, ainda, a colangiopancreatografia por RM. A idade de início do rastreio varia de acordo com a mutação identificada na família ou com o histórico familiar desse tumor.
O Grupo Fleury dispõe de um painel genético germinativo direcionado à investigação de câncer de pâncreas hereditário, que contempla a análise de 21 genes por sequenciamento de nova geração (NGS) e inclui análise de deleções e duplicações (CNV). Painéis mais amplos, que abrangem genes relacionados a outros tipos de tumores, também estão disponíveis e podem configurar uma opção em situações específicas, como diante de outros tipos de neoplasia maligna na família. A identificação de uma variante genética associada à predisposição ao câncer de pâncreas pode ainda impactar de forma relevante a estratégia terapêutica.
Consultoria médica:
Dra. Daniele Paixão Pereira
Consultora médica em Genética
Dr. Wagner Antonio R. Baratela
Consultor médico em Genética
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