Tradicionalmente, a citometria de fluxo multiparamétrica (CFM) não distingue linfonodos reacionais de casos de linfoma de Hodgkin, mas faz uma identificação rápida e precisa do linfoma não Hodgkin (LNH) em amostras de linfonodo. Recentemente, porém, um grupo de Seattle lançou mão de um novo ensaio com a CFM, que se mostrou eficaz na detecção de células Hodgkin/Reed-Sternberg (HRS) em pacientes com linfoma de Hodgkin clássico (LHC) e motivou o desenvolvimento, pela equipe de Hematologia do Fleury, de um trabalho para avaliar a utilidade do exame nesse diagnóstico.
Para tanto, os pesquisadores da área analisaram 37 amostras de linfonodo por CFM e por estudo anatomopatológico. Inicialmente, todos os casos passaram por triagem para LNH de células B (LNH-B) e T (LNH-T) em um tubo de oito cores. Os negativos foram colocados em um tubo composto de CD15, CD45, CD30, CD64, CD20, CD95, CD40 e CD3 para a avaliação de LHC, com aquisição de 500.000 eventos/caso. Os critérios para definir uma população de células HRS incluíram a presença de elevado tamanho celular, a expressão dos antígenos CD30, CD40+++ e CD95+++, a ausência de expressão de CD64, a negatividade ou a fraca expressão de CD20 e o agrupamento de células contendo, no mínimo, 30 eventos.
Células de linfoma de Hodgkin, reveladas por microscopia eletrônica de varredura.
SPL DC/LATINSTOCK
A CFM caracterizou 19 amostras como LNH-B e uma como LNH-T, tendo havido concordância, em todas elas, com a avaliação anatomopatológica. Nas restantes, a histologia diagnosticou dez casos como LHC, dos quais a CFM identificou corretamente as células HRS em oito, com número mediano de células HRS de 0,13% (0,01-0,50%). Sete casos foram identificados como linfonodomegalia reacional pela histologia e em nenhum deles a CFM encontrou células HRS.
Diante desses dados, o estudo da Hematologia do Fleury determinou que, para o diagnóstico de LHC, a CFM tem sensibilidade de 80%, especificidade de 100%, valor preditivo positivo de 100% e valor preditivo negativo de 77,7%. Ademais, o exame conseguiu mostrar um fundo inflamatório em sete dos oito casos positivos, o que dá maior suporte à definição dessa doença.
“A detecção de células HRS por CFM é simples, rápida e viável e pode ser facilmente incorporada à rotina laboratorial, potencializando a capacidade diagnóstica do método para diferenciar os casos normais/reacionais dos neoplásicos”, assinala o assessor médico em Hematologia do Fleury, Alex Freire Sandes.
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