As doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae, ou pneumococo, compreendem otites, pneumonias comunitárias bacterianas e septicemias, respondendo por grande necessidade de atenção em serviços de saúde, hospitalizações, mortes e consumo de antibióticos. Além disso, pela primeira vez o pneumococo se tornou o principal agente por trás de meningites bacterianas comunitárias após o período neonatal no Brasil.
Mais de cem sorotipos de S. pneumoniae já foram identificados como potenciais causadores de doença no ser humano. Segundo o Instituto Adolfo Lutz (IAL), predominam, no atual cenário brasileiro, os sorotipos 19A e 3, que vêm ganhando relevância no País desde 2010 por não estarem presentes na vacina pneumocócica conjugada 10-valente (PCV10), usada no Sistema Único de Saúde.
Os dados de vigilância das pneumonias e meningites bacterianas do IAL indicam ainda que 48% dos pneumococos que ocasionam meningites se mostram resistentes à penicilina e 21% à ceftriaxona – números que chegam a 31% em menores de 5 anos de idade. Igualmente preocupante, verificou-se crescente aumento da resistência à penicilina (52%) e aos antibióticos macrolídeos (65%) em casos de pneumonias em 2022. Essas quedas nas taxas de sensibilidade estão diretamente atreladas ao sorotipo 19A, dada sua frequente resistência a diversas classes de antimicrobianos.
A nova vacina pneumocócica (PCV15), disponível no Fleury, contempla 15 sorotipos da bactéria conjugados à proteína diftérica (CRM 197), incluindo os dois mais frequentes no Brasil (19A e 3). O produto exibe vantagem em relação à vacina pneumocócica conjugada 13-valente (PCV13) por abranger dois sorotipos a mais (22F e 33F) e por apresentar maior imunogenicidade contra o sorotipo 3. Apesar disso, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA e o Comitê de Calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) não apontam preferência por um ou outro imunizante, que são, inclusive, considerados intercambiáveis.
A PCV15 está indicada para todas as faixas etárias, a partir de 6 semanas de vida. No entanto, a SBIm mantém a recomendação de vacinação rotineira abaixo dos 5 anos e acima dos 60 anos. Nas idades intermediárias, sugere-se vacinar indivíduos com risco aumentado para infecções pneumocócicas, de acordo com o calendário de pacientes especiais da SBIm (veja em www.sbim.org.br).
Já para pessoas que completaram o esquema da PCV10, preconiza-se uma dose adicional da PCV15 ou mesmo da PCV13. Contudo, o número de doses necessárias depende da idade de início da vacinação com esses dois produtos de maior espectro de proteção.
Vale salientar que maiores de 60 anos e pacientes com risco aumentado para doença pneumocócica invasiva devem receber a vacina pneumocócica polissacarídica 23-valente mesmo após a administração da PCV15 ou da PCV13, respeitando-se o intervalo mínimo de dois meses entre elas.
Ficha técnica
Vacina 15-valente conjugada contra o pneumococo
Indicações: todas as idades, a partir de 6 semanas de vida
Esquema Vacinal:
Início Número de doses Reforço |
1º semestre de vida 3 Sim |
2º semestre de vida 2 Sim |
2º ano de vida 2 Não |
≥2 anos 1 Não |
Efeitos adversos: semelhantes aos da PCV13, sendo o mais comum a reação no local da aplicação
Compare os imunizantes disponíveis:
Produto | Fabricante | Sorotipos contemplados | ||||||||||||||
PCV10 Synflorix® | GSK | 4 | 6B | 9V | 14 | 18C | 19F | 23F | 1 | - | 5 | - | 7F | - | ||
PCV13 Prevenar-13® | Pfizer | 4 | 6B | 9V | 14 | 18C | 19F | 23F | 1 | 3 | 5 | 6A | 7F | 19A | ||
PCV15 VaxNeuvance® | MSD | 4 | 6B | 49V | 14 | 18C | 19F | 23F | 1 | 3 | 5 | 6A | 7F | 19A | 22F | 33F |
Consultoria Médica
Dr. Daniel Jarovsky
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Dra. Janete Kamikawa
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