Como escolher o teste mais indicado para a detecção de vírus respiratórios | Revista Médica Ed. 2 - 2013

Com os diversos métodos hoje existentes, nada melhor do que conhecer suas diferenças, vantagens e desvantagens para solicitar o mais adequado ao caso de cada paciente.

Com os diversos métodos hoje existentes, nada melhor do que conhecer suas diferenças, vantagens e desvantagens para solicitar o mais adequado ao caso de cada paciente

As infecções respiratórias agudas de etiologia viral constituem importante causa de morbimortalidade. Seu impacto clínico é ainda mais importante em crianças, idosos, imunossuprimidos e/ou indivíduos com afecções crônicas.

A identificação do agente viral associado às infecções respiratórias permite evitar o uso desnecessário de antibióticos e avaliar a necessidade de terapia antiviral específica, além de auxiliar a definição de estratégias para prevenir a disseminação de tais doenças.

O Fleury oferece diferentes testes para a detecção de vírus respiratórios, que, de forma geral, devem ser coletados preferencialmente até o terceiro dia de infecção. Contudo, devido à maior sensibilidade da PCR em tempo real, do GeneXpert® e do microarray, é possível flagrar os agentes infecciosos com essas tecnologias também nos dias subsequentes.

O quadro abaixo mostra os testes que podem ser realizados e suas respectivas características. O GeneXpert® é o único que está disponível apenas nos hospitais para os quais o Fleury presta serviços diagnósticos.

Teste
Pesquisa (screening) de vírus respiratórios
Teste molecular para detecção de influenza A
Teste molecular rápido para pesquisa de
influenza A e B

Painel molecular para pesquisa de vírus respiratórios
Pesquisa de vírus sincicial respiratório (antígeno)
Método
Imunofluorescência direta
PCR em tempo real
PCR em tempo real automatizada (GeneXpert)
PCR e hibridação
(microarray)
Imunocroma
tográfico
Material

Lavado + swab de nasofaringe

- Lavado, swab ou aspirado de trato respiratório

Lavado + swab de nasofaringe
Vírus pesquisados
- INFA e INFB
- PIV 1, 2 e 3
- ADV
- VRS
INFA, com diferenciação de H1N1 pdm (2009)
INFA e INFB, com diferenciação de H1N1 pdm (2009)
- INFA, INFB e INFC
- PIV 1, 2, 3 e 4
- ADV
- hMPV A e B
- Rinovírus
- BoV
- CoV
- Enterovírus
- VRS
VRS
Sensibilidade
- INFA: 76,7%
- INFB: 78,4%
- PIV: 76,9%
- VRS: 93,5%
- ADV: 38,1%
>98%
- INFA e H1N1: 98%
- INFB: 81%
>90%
68-76%
Especificidade
99%
100%
100%
90-100%
90-92%
Prazo do resultado
Até um dia útil
Até dois dias úteis
Duas horas (no hospital)
Até três dias úteis
Até um dia útil
Vantagens
- Abrange os principais vírus respiratórios
- Possui alta sensibilidade para VRS, sendo adequado para crianças
- Tem baixo custo
- É uma opção para casos graves, desde que a principal suspeita seja VRS, e não influenza
- Tem alta sensibilidade
- Mostra-se positivo por mais tempo
- Detecta o INFA-H1N1 pdm (2009), hoje o mais prevalente entre adultos, e o diferencia de outros subtipos de influenza
- Apresenta baixo custo
- Possui alta sensibilidade
- Mostra-se positivo por mais tempo
- Detecta o INFA-H1N1 pdm (2009) e o diferencia de outros subtipos de influenza
- Detecta INFB, que teve intensa circulação no Hemisfério Norte, no último inverno
- Tem liberação ágil do resultado, por ser realizado no hospital
- Apresenta custo intermediário
- É útil na suspeita de influenza e nas urgências
- É altamente sensível
- Mostra-se positivo por mais tempo
- Faz uma ampla diversidade de diagnósticos etiológicos simultâneos, incluindo coinfecções
- Detecta e discrimina INFA-H1N1 pdm (2009) e INFB
- É o único padronizado para outras amostras, além das provenientes de nasofaringe
- É o único com sensibilidade adequada para ADV
- É a única alternativa para INFC, PIV4, hMPV, BoV, CoV, enterovírus e rinovírus
- Configura o teste preferencial para doença respiratória aguda grave e para pacientes imunossuprimidos
- É adequado para crianças, em quem predomina o VRS
- Oferece agilidade no diagnóstico
- Tem baixo custo
Desvantagens
- Tem sensibilidade inferior à das técnicas moleculares
- Apresenta menor agilidade na execução
- Não detecta o INFA-H1N1 pdm (2009)
- É inadequado para o diagnóstico de ADV
- Apresenta menor agilidade na execução
- É direcionado apenas para INFA
- É voltado apenas para o influenza, embora seja o vírus mais prevalente entre adultos imunocompetentes
- Apresenta menor agilidade na execução
- Tem alto custo
- Possui baixa sensibilidade, a ponto de perder utilidade em casos graves
- É direcionado apenas para VRS, uma aplicação diagnóstica praticamente restrita a crianças e imunossuprimidos


ADV: adenovírus; BoV: bocavírus; CoV: coronavírus; hMPV: metapneumovírus humano; INFA: influenza A; INFB: influenza B; INFC: influenza C; PIV: parainfluenza; VRS: vírus sincicial respiratório.


Imagens:
DR liNDA StANNARD, UCt/SPl/lAtiNStOCk
DR StEVE PAttERSON/SPl/lAtiNStOCk
CNRi/SPl/lAtiNStOCk
DR GOPAl MURti/SPl/lAtiNStOCk
BRiAN MEGSON, HPA/SPl/lAtiNStOCk
HAZEl APPlEtON, HPA/SPl/lAtiNStOCk
CDC/SPl/lAtiNStOCk

Assessoria Médica 
Dr. Celso Granato
[email protected]

Dra. Carolina Santos Lázari
[email protected]