A hiperplasia adrenal congênita (HAC) constitui um grupo de doenças metabólicas que têm, como causa, mutações em genes que codificam enzimas com participação essencial nas vias da esteroidogênese e produção de cortisol.
SPL/LATINSTOCK
Cristais de cortisol, hormônio cuja produção fica comprometida na deficiência da 3-ß-OH-desidrogenase.
A hiperplasia adrenal congênita (HAC) constitui um grupo de doenças metabólicas que têm, como causa, mutações em genes que codificam enzimas com participação essencial nas vias da esteroidogênese e produção de cortisol.
Responsável por menos de 2% dos casos de HAC, a deficiência da 3-beta-hidroxiesteroide desidrogenase resulta em diminuição da síntese de cortisol, aldosterona e androstenediona, com aumento na secreção da di-hidroepiandrosterona (DHEA). Isso porque essa enzima, codificada pelo gene HSD3B2, localizado no cromossomo 1, e expressa no córtex da adrenal e nas gônadas, é necessária para a conversão da pregnenolona, da 17-hidroxipregnenolona e da DHEA em progesterona, 17-hidroxiprogesterona e androstenediona, respectivamente (figura).
O espectro clínico da doença é amplo. Na forma clássica, devido ao comprometimento da produção de cortisol e aldosterona, os lactentes apresentam sintomas precoces, com crises de perda de sal. Ademais, os meninos não são completamente virilizados, em decorrência da deficiência de androstenediona e testosterona, e as meninas são levemente virilizadas, notando-se, em alguns casos, um aumento do clitóris, consequente aos níveis elevados de DHEA. Já as formas mais brandas podem se manifestar com adrenarca precoce, nas crianças maiores, enquanto, nos adultos, observam-se hirsutismo, irregularidade menstrual e síndrome dos ovários policísticos, nas mulheres, e graus variáveis de hipogonadismo, nos homens.
O diagnóstico da doença depende da dosagem laboratorial da 17-OH-pregnenolona, que mostra níveis elevados tanto basais quanto após estímulo com ACTH. O teste está disponível na rotina das provas funcionais do Fleury e compreende as duas dosagens do hormônio, antes e 60 minutos após a administração de 250 µg de ACTH sintético.
Assessoria Médica |
|---|
Dra. Rosa Paula Mello Biscolla Dra. Milena Gurgel Teles Bezerra Dra. Maria Izabel Chiamolera |
Ginecologista, o relógio biológico de sua paciente está correndo.
Saiba como contornar os desafios na interpretação dos resultados da dosagem de prolactina
Strain atrial: uma nova ferramenta clínica para avaliação da função cardíaca
Nirsevimabe ajuda a prevenir a infecção e complicações causadas pelo VSR em lactentes