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Diagnóstico de alergia entra na era molecular | Revista Médica Ed. 1 - 2013

Teste baseado em microarray permite a detecção simultânea da IgE específica de mais de 110 componentes moleculares alergênicos.

Teste baseado em microarray permite a detecção simultânea da IgE específica de mais de 110 componentes moleculares alergênicos.

Os métodos moleculares chegaram, enfim, à seara do diagnóstico de alergia. Acompanhando essa evolução, o Fleury acaba de introduzir, em sua rotina, o ImmunoCAP®Isac, que consiste em um imunoensaio de fase sólida, baseado em microarray, para a detecção e a determinação semiquantitativa da IgE específica de 112 componentes moleculares alergênicos, naturais ou recombinantes, de 51 diferentes origens, entre os relevantes, os tradicionalmente envolvidos em reações cruzadas e até os raros, potencialmente anafiláticos.

Dessa forma, o teste acelera o diagnóstico por analisar simultaneamente vários parâmetros, fornece o painel de sensibilização de IgE dos pacientes, acusa a presença de sensibilização para alérgenos de reatividade cruzada e permite a adoção de medidas profiláticas nesses casos, além de otimizar o esclarecimento de situações particulares, como a alergia alimentar e a alergia ao látex.

Apesar de se tratar de um método automatizado e de fácil execução, o ImmunoCAP®Isac só deve servir como screening em populações sintomáticas e nas quais a história clínica e os recursos tradicionais, como o teste cutâneo e a pesquisa de IgE específica para determinados alérgenos – conhecida como ImmunoCAP®, o método que substituiu o Rast – , não tenham sido suficientes para o diagnóstico.

Assim, o novo exame está particularmente indicado para confirmar as já mencionadas múltiplas sensibilizações, bem como para elucidar casos complexos de dermatite atópica, anafilaxia idiopática e ausência de resposta a tratamento, complementando, portanto, o arsenal-padrão nesse tipo de investigação.

O que é microarray?

A tecnologia de microarranjos de proteínas corresponde a pequenas placas de vidro ou de materiais sintéticos que recebem dezenas de microperfurações, com 100-200 μm de diâmetro, nas quais se aplicam diferentes tipos de tratamentos químicos para que haja a ligação covalente de proteínas. É aí que entram os componentes moleculares alergênicos.

Passo a passo do ImmunoCAP®Isac

1) Os componentes moleculares alergênicos ficam imobilizados no interior de cada micro-orifício do equipamento e são incubados com soro para a identificação de anticorpos IgE.

2) A localização de cada micro-orifício e de sua respectiva proteína é identificada por um conjunto de coordenadas (x e y).

3) Sobre a placa de microarranjos, aplica-se o soro do paciente, que cobre toda a superfície microperfurada, de modo que os anticorpos IgE existentes no material, específicos para cada alérgeno, acoplem-se às proteínas imobilizadas.

4) A adição de um anticorpo anti-IgE, com marcação fluorescente ou medidas de absorbância de radiação visível, possibilita a detecção da ligação entre os anticorpos e os alérgenos, à medida que ocasiona um sinal proporcional à quantidade de IgE originalmente ligada.

5) Um leitor de biochips fornece uma imagem que, analisada por um software de acordo com a intensidade da fluorescência, emite um padrão qualitativo que permite a identificação simultânea de diferentes IgEs específicas.

6) O equipamento compara as medidas de absorbância de cada IgE específica detectada com padrões internos, utilizados nos microarranjos, e as converte em medidas semiquantitativas.

7) Os valores são expressos em Isac Standardized Units (ISU), com cut-off de positividade de 0,3 ISU. Uma vez que as calibrações dos sistemas Isac e ImmunoCAP® (antigo Rast) diferem entre si, os resultados obtidos com as duas metodologias podem não ser quantitativamente comparáveis (abaixo).

 


Um olho no alérgeno alimentar e outro na reatividade cruzada

Além da sensibilização pela via gastrointestinal, que caracteriza os quadros de alergia alimentar, muitos casos também se devem à reatividade cruzada entre alérgenos alimentares e aeroalérgenos, a qual ocorre devido à homologia entre sequências de aminoácidos, à própria estrutura das proteínas, à existência de pan-alérgenos e até mesmo à ampla distribuição de proteínas alergênicas no reino vegetal, entre outros fatores. O conhecimento da reação cruzada em tais situações tem relevância tanto no diagnóstico quanto no tratamento, a fim de evitar restrições dietéticas desnecessárias. O mesmo vale para os determinantes de carboidratos de reação cruzada, ou CCD, do inglês cross-reactive carbohydrate determinants, que se encontram na maioria das plantas e podem levar à presença de IgE, mas são flagrados e devidamente eliminados pelo novo teste.  

 @ Clique aqui para ler mais sobre o diagnóstico de alergia.

 

Assessoria Médica 
Dr. Luis Eduardo Coelho Andrade:
luis.andrade@grupofleury.com.br