Doenças mitocondriais

As doenças mitocondriais vêm sendo cada vez mais reconhecidas nas últimas décadas.

Embora consideradas raras, visto que afetam cerca de  1:5.000 indivíduos, as doenças mitocondriais vêm sendo  cada vez mais reconhecidas nas últimas décadas.

As mitocôndrias, organelas presentes em quase todas  as células eucarióticas, desempenham funções fundamentais para a manutenção celular, como produção de energia por fosforilação oxidativa, controle da apoptose e  envolvimento em muitas vias de síntese bioquímica.

As inúmeras proteínas relacionadas à atividade e à estrutura mitocondrial são codificadas tanto por genes que  se encontram no próprio DNA mitocondrial (mtDNA)  quanto no DNA nuclear, o qual também está implicado  com a manutenção e a replicação do mtDNA. Dessa forma, mutações em mais de 200 genes do DNA nuclear já  foram associadas às doenças mitocondriais, com padrão  de herança tanto autossômico dominante quanto autossômico recessivo e ligado ao X, assim como em todos os  37 genes do mtDNA, que, contudo, têm herança materna  quando não esporádicas.

Heteroplasmia, uma característica importante do mtDNA

O mtDNA é composto por 37 genes, que codificam 13 polipeptídeos, 2 RNA ribossomais e 22 RNA transportadores.  Quando ocorre uma mutação, o mtDNA alterado frequentemente coexiste na mesma célula que o normal, uma vez  que cada uma contém de centenas a milhares de cópias de  mtDNA. Esse fenômeno recebe o nome de heteroplasmia  e tem grande relevância clínica, visto que as doenças mitocondriais só se manifestam se a proporção de mtDNA  mutado exceder um limite. Como a quantidade de mtDNA  alterado varia entre indivíduos e nos diferentes tecidos em  uma mesma pessoa, pacientes com uma mesma mutação  podem apresentar manifestações clínicas distintas.

As manifestações clínicas das doenças mitocondriais  apresentam bastante heterogeneidade, bem como a gravidade e a idade de início dos sintomas, variando desde uma  intolerância leve ao exercício no adulto até uma encefalomiopatia grave na infância. Tecidos com alta demanda de  energia, como o cérebro, os músculos e o coração, costumam ser os mais afetados devido à maior dependência  da síntese de ATP mitocondrial. Na prática, a combinação  de sintomas musculares e neurológicos ou a associação  destes com o envolvimento de outros órgãos servem de  sinal de alerta.

O diagnóstico da condição ainda é desafiador. Os estudos genético-moleculares constituem o padrão-ouro  e podem ser direcionados para uma síndrome fenotípica  específica, quando existe história clínica e familiar sugestiva, ou contemplar uma análise abrangente, que deve incluir tanto o DNA nuclear quanto o mtDNA. Nesse sentido,  o exoma, que agora contempla, no Fleury, a análise do mtDNA, configura uma ferramenta útil.

Exoma e análise do DNA mitocondrial

Método: captura do exoma e do genoma mitocondrial e  sequenciamento massivo paralelo, que inclui análise de SNV,  indel e CNV, por SNG  

As variantes identificadas podem ser selecionadas, conforme  avaliação dos consultores médicos e técnicos, para um estudo  adicional com metodologia complementar Sanger, a fim de  confirmar sua presença e segregação, com a análise conjunta  dos resultados do paciente e seus genitores (se disponíveis).  A complementação do laudo fica pronta em até 25 dias corridos  após a liberação parcial do exoma 

A informação referente às variantes do DNA mitocondrial segue  rigorosos padrões, trazendo as últimas atualizações da literatura,  sendo combinada a uma interpretação especializada da equipe  médica, técnica e científica 

Amostra: sangue periférico (nas unidades do Fleury) ou saliva/ swab (kit para coleta domiciliar via plataforma Fleury Genômica) 

Prazo do resultado: 30 dias corridos

SNG: sequenciamento de nova geração


CONSULTORIA MÉDICA

Dra. Caroline Olivati 

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Dr. Wagner Antonio da Rosa Baratela 

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