Dosagem de HE4 abre novas perspectivas no diagnóstico do câncer de ovário | Revista Médica Ed. 1 - 2013

Um novo marcador vem se juntar ao CA125 para fortalecer a investigação de tumores ginecológicos malignos diante do achado de uma massa anexial.

Um novo marcador vem se juntar ao CA125 para fortalecer a investigação de tumores ginecológicos malignos diante do achado de uma massa anexial. Trata-se do HE4, sigla de human epididymis protein 4, uma glicoproteína expressa em neoplasias epiteliais de ovário, mas não no epitélio ovariano normal. O marcador está presente em até 100% dos adenocarcinomas endometrioides, em 93% dos adenocarcinomas serosos e em 50% dos carcinomas de células claras, embora não seja encontrado em casos de tumores mucinosos. De modo semelhante ao que ocorre com o CA125, o HE4 aparece aumentado em mais de 80% das pacientes com câncer de ovário.

Alguns estudos recentes testaram a acurácia da dosagem dessa glicoproteína e de sua associação com o CA125 na discriminação de massas anexiais para posterior indicação de tratamento oncológico especializado. Os resultados mostraram-se bastante promissores, uma vez que o HE4 apresenta sensibilidade de 83% e especificidade de 90%. Quando combinado ao CA125, portanto, esses índices tornam-se ainda mais elevados.

ALGORITMO PREDIZ RISCO DE MALIGNIDADE COM BASE EM HE4 E CA125

Pesquisadores da Escola de Medicina de Alpert, da Universidade de Brown, desenvolveram há pouco tempo o Algoritmo de Risco de Malignidade Ovariana, ou Roma, na sigla em inglês, o qual se baseia justamente nas dosagens do HE4 e do CA125, assim como no estado menopausal da paciente. A ferramenta, que tem sido utilizada no auxílio à discriminação de massas anexiais, classifica os tumores ovarianos em baixo e alto risco para doença ovariana maligna, funcionando como um instrumento de predição de malignidade. Afinal, apesar dos avanços no diagnóstico e no tratamento do câncer na mulher, o tumor epitelial de ovário prossegue como a mais letal das neoplasias ginecológicas. Quando a doença tem diagnóstico e tratamento precoces, a taxa de sobrevida em cinco anos pode chegar a 93,5%, mas apenas 15% dos casos são identificados em fase inicial. Dentro ou fora do algoritmo, portanto, o HE4 promete contribuir para modificar esse cenário.

Microscopia eletrônica de varredura mostra células cancerígenas em ovário humano.

SCIENCE PHOTO LIBRARY

Microscopia eletrônica de varredura mostra células cancerígenas em ovário humano.


ASSESSORIA MÉDICA
Dr. Gustavo Arantes Rosa Maciel [email protected]