Em busca da melhor estratégia para o diagnóstico de IST

Recentemente, o Fleury implantou o painel molecular de IST.

Uretrite persistente em pacientes do sexo biológico masculino ou cervicite em pacientes do sexo biológico feminino,  com testes moleculares negativos para N. gonorrhoeae e C. trachomatis? Como otimizar o diagnóstico?

As espécies do gênero Ureaplasma e Mycoplasma são agentes relativamente frequentes de infecções genitais, que podem ser adquiridas por relação sexual, mas a transmissão de  U. urealyticum, U. parvum e M. hominis não ocorre obrigatoriamente por essa via. É possível diagnosticar tais processos  infecciosos por cultura em meios seletivos ou detecção do  DNA por PCR em tempo real. Apesar de a sensibilidade da  PCR superar a da cultura, uma vez que M. hominis, U. parvum e U. urealyticum podem estar presentes em sítios não estéreis do trato genital (vaginal, cervical) em pacientes assintomáticas, o valor preditivo positivo do exame acaba ficando  limitado, pois não diferencia colonização de doença. Nesses  casos, ainda se recomenda a cultura quantitativa, dada a significativa presença de carga bacteriana superior a 104 unidades  trocadoras de cor/mL, bem como a vantagem de possibilitar  a realização do teste de sensibilidade aos antimicrobianos. A PCR configura melhor ferramenta em amostras clínicas coletadas de sítios estéreis, em pacientes do sexo masculino ou  quando há cultura negativa em mulheres sintomáticas, desde  que excluídas outras causas infecciosas.

Diferentemente dos demais micoplasmas que causam  infecções genitais, o Mycoplasma genitalium é considerado  um patógeno de transmissão sexual obrigatória. Em homens,  cerca de 70% das infecções por esse agente causam sintomas.  Em contraste, de 40% a 75% das mulheres infectadas não apresentam manifestações clínicas. Os quadros mais frequentes,  nas sintomáticas, incluem corrimento vaginal alterado ou aumentado, disúria, urgência urinária ou sangramento pós-coito. A detecção do DNA por PCR é o único método com sensibilidade adequada para o diagnóstico, já que não existe meio de  cultura seletivo para essa espécie.

Como identificam o DNA dos patógenos, os métodos moleculares, caso da PCR em tempo real, vêm sendo recomendados para o diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (IST), visto que os elevados índices de sensibilidade  e especificidade e o tempo mais rápido para a liberação do  resultado permitem abordagem terapêutica mais precisa e  precoce.

Por outro lado, a multiplicidade de microrganismos que  podem ocasionar IST, a possibilidade de infecções assintomáticas, a alta incidência de coinfecções com dois ou mais  patógenos e o potencial de complicações decorrentes de  infecções não diagnosticadas e não tratadas justificam a  pesquisa dos diferentes agentes em pacientes sintomáticos ou assintomáticos.

Recentemente, o Fleury implantou o painel molecular  de IST, teste que detecta simultaneamente, por PCR em  tempo real multiplex, sete agentes causadores dessas infecções em uma mesma amostra. O exame apresenta  sensibilidade equivalente à dos testes específicos, oferecendo a vantagem da facilidade de coleta, bem como a utilidade para rastreio em assintomáticas. Portanto, em caso  de dúvida ou mesmo quando a clínica é limitada, o painel  pode ser uma importante ferramenta diagnóstica.

Ficha técnica  

Painel molecular de IST 

Agentes pesquisados:  

C. trachomatis, N. gonorrhoeae, T. vaginalis, M. genitalium,  M. hominis, U. urealyticum e U. parvum 

Método: PCR em tempo real multiplex  

Amostras: raspado endocervical, vaginal, cervicovaginal, retal  e de orofaringe e também urina de primeiro jato 

Prazo de resultados: até seis dias úteis 

Sinonímias: painel de IST, painel de DST, painel de infecções  sexualmente transmissíveis, painel de doenças sexualmente  transmissíveis


Consultoria médica

Dr. Gustavo Arantes Rosa Maciel  

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Dr. Jorge Luiz Mello Sampaio

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