Sou obstetra e acompanho uma gestante com idade gestacional de 32 semanas e diagnóstico fetal de extrassístole. Como devo proceder?
A extrassístole atrial ou supraventricular (ESA) é a arritmia cardíaca fetal mais frequente, presente em cerca de 1% a 3% de todas as gestações e detectada principalmente no fim do segundo e terceiro trimestres. Na maioria dos casos, tem caráter benigno e reverte
à condição normal durante a gravidez ou logo após o parto. Por outro lado, está associada com cardiopatias congênitas em 1% a 2% dos casos e pode evoluir para taquicardia supraventricular sustentada em cerca de 2% a 3% dos casos.
Define-se a ESA como um batimento precoce ou prematuro em relação ao batimento precedente, geralmente seguido de pausa pós-extrassistólica. Sua classificação varia de acordo com o tipo de condução e com a forma de apresentação.
O diagnóstico é realizado com base na observação da frequência e da regularidade dos batimentos cardíacos fetais à ultrassonografia obstétrica ou ao ecocardiograma fetal. Realizada pelo cardiologista pediátrico, a ecocardiografia fetal identifica as extrassístoles
e determina sua origem, tipo de condução e forma de apresentação, além de avaliar a anatomia cardíaca para excluir cardiopatia congênita e também a função cardíaca.
A conduta nas extrassístoles atriais baseia-se no reconhecimento da possível causa desencadeante e na orientação à gestante para a suspensão de substâncias ricas em estimulantes, como cafeína e xantina, assim como para controlar o estresse emocional.
O monitoramento com ecocardiograma fetal precisa ser seriado, semanal ou quinzenal, dependendo do tipo e da frequência das extrassístoles atriais, ou nos casos em que haja associação com cardiopatia congênita. É importante enfatizar que não existe indicação
de tratamento medicamentoso nem de antecipação do parto para essas gestações.
Contudo, nos casos de extrassístoles persistentes ou ritmo caótico, convém ponderar a indicação do parto em um centro terciário com equipe de Cardiologia Pediátrica à disposição para uma avaliação clínica e diagnóstica após o nascimento.
Tipos de condução
- ESA conduzida ao ventrículo: a extrassístole
atinge o nó atrioventricular fora do seu período
refratário, ocorrendo uma contração
ventricular precoce, registrada ao Doppler
- ESA não conduzida ao ventrículo: a
extrassístole atinge o nó atrioventricular dentro
do seu período refratário e não consegue passar
para o ventrículo, ocorrendo uma longa pausa
Formas de apresentação
- Isoladas: raras, esporádicas
- Frequentes: sem padrão definido, bigeminismo,
trigeminismo
- Ritmo caótico: maior risco para desenvolver
taquicardia supraventricular
Causas
- Imaturidade do sistema de condução cardíaco,
capaz de predispor a batimentos ectópicos
- Fatores maternos: desequilíbrios eletrolíticos,
uso de certas medicações ou substâncias
estimulantes, ricas em cafeína e xantina, e
estresse da mãe
- Alterações metabólicas, como hipóxia fetal,
acidose e outras, podem precipitar arritmias
- Anormalidades estruturais, a exemplo de
malformações cardíacas congênitas, embora
raras, podem se associar a extrassístoles
Consultoria Médica
Dra. Claudia Regina Pinheiro de Castro Grau, coordenadora médica do Ecocardiograma Fetal e Infantil do Fleury.
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