Os sintomas que se associam com o abuso de substâncias variam de pessoa a pessoa e de acordo com o tempo, e não necessariamente refletem as concentrações sanguíneas presentes no corpo.
Sou clínico geral e atendi um adolescente de 17 anos com suspeita de abuso de cocaína. Como a dosagem da substância no sangue se mostrou negativa, posso considerar que ele não utilizou a droga ou devo prosseguir com outros testes?
Os sintomas que se associam com o abuso de substâncias variam de pessoa a pessoa e de acordo com o tempo, e não necessariamente refletem as concentrações sanguíneas presentes no corpo. Ou seja, um exame isolado não consegue determinar o padrão de uso da droga. Os testes laboratoriais podem nos dizer se há drogas no organismo de um indivíduo, mas a interpretação sobre a quantidade e o tempo de consumo às vezes é difícil porque a concentração de muitas delas oscila e sofre influência da taxa de metabolismo. Assim, um resultado negativo não significa necessariamente que o paciente não utilizou a substância em algum momento, pois ela já pode ter sido metabolizada e eliminada. Da mesma forma, existe a possibilidade de o método empregado não ser o mais apropriado para a detecção do composto de interesse.
Nesse sentido, é importante saber que diferentes amostras biológicas fornecem informações distintas sobre as janelas de tempo de detecção de consumo de drogas. A pesquisa no sangue indica uso muito recente, de algumas horas a alguns dias, conforme a substância utilizada. Já a investigação na urina tem intervalo de detecção mais longo, começando de seis a oito horas e persistindo por duas semanas, em média, conforme o item pesquisado.
O exame capilar, por sua vez, reflete o consumo por períodos mais prolongados. Como os fios crescem cerca de um centímetro por mês, a análise de três centímetros de cabelo, a contar da raiz, permite determinar o uso num intervalo de três meses. No entanto, o tempo em que o cabelo demora para emergir do bulbo faz com que seja possível detectar o contato com a substância ocorrido há, pelo menos, uma semana.
Cocaína e crack, maconha, opiáceos e drogas sintéticas podem ser identificados no sangue, na urina e no cabelo, servindo para apontar tanto o consumo recente quanto o pregresso. O fato é que a escolha da amostra mais indicada deve ser baseada nas características de cada caso. O quadro ao lado mostra as substâncias pesquisadas pelo Fleury e os materiais biológicos que podem ser utilizados.
Droga | Sangue (uso agudo) | Urina (uso recente) | Cabelo (histórico de consumo) |
Etanol (álcool etílico) | Sim | Sim | Não |
Cocaína (merla, crack) | Sim | Sim | Sim |
Cannabis (maconha, haxixe) | Sim | Sim | Sim |
Anfetaminas (bolinha)* | Sim | Sim | Sim |
Metanfetaminas (ecstasy, ice) | Não | Sim | Sim |
Benzodiazepínicos (diazepam, etc.)* | Sim | Sim | Sim |
Barbitúricos (fenobarbital, etc.)* | Sim | Sim | Sim |
Opiáceos (morfina, heroína e codeína)* | Não | Sim | Sim |
* Nesses grupos, é possível fazer a pesquisa individualizada por droga.
Assessoria Médica |
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Dr. Alvaro Pulchinelli Jr., assessor médico em Toxicologia e Bioquímica Clínica [email protected] |
Pode ser utilizada para detectar o DNA da bactéria Leptospira spp. no plasma.
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