Marcador relacionado a linfócitos T ajuda a diagnosticar e monitorar doenças inflamatórias sistêmicas

Níveis séricos de sCD25 se correlacionam com grau de ativação de linfócitos T.

A IL-2 é um importante fator de sobrevivência e diferenciação de linfócitos T, os quais a secretam, sobretudo os linfócitos CD4+, e tem ação autócrina (sobre a célula que a secretou) e parácrina (sobre células vizinhas). O receptor para IL-2 (IL-2R) possui as cadeias alfa, beta e gama. As duas primeiras são expressas em células T em repouso, enquanto a cadeia alfa (CD25) exibe seus níveis aumentados em linfócitos T ativados. A expressão das três cadeias configura o IL-2R trimérico, que apresenta maior avidez pela IL-2.

A cadeia alfa (IL-2Ra ou CD25) pode se desprender da membrana celular e se tornar solúvel (sCD25). Assim, níveis séricos de sCD25 se correlacionam com o grau de ativação de linfócitos T e se encontram aumentados em diversos processos inflamatórios sistêmicos, como na rejeição de transplante de órgãos, em linfomas e leucemias, na aids, em doenças autoimunes sistêmicas, na linfo-histiocitose hemofagocítica, na sepse e na sarcoidose, entre outras.

Na sepse, o aumento de sCD25 e IL-10 configura bom preditor de gravidade. Na linfo-histiocitose hemofagocítica e na síndrome de ativação macrofágica, concentrações muito elevadas de tais marcadores auxiliam o diagnóstico e indicam pior prognóstico. Já na população pediátrica, níveis aumentados de sCD25 são vistos em pacientes com doença de Kawasaki em atividade, de forma mais expressiva naqueles com aneurisma de coronárias do que nas crianças sem aneurisma. Na maior parte dessas condições, contudo, o valor de sCD25 tende a cair com a melhora da enfermidade em função do tratamento.

Na prática clínica, a dosagem de sCD25 pode ser útil para avaliar a ativação de células T após transplante de órgãos, bem como o prognóstico de pacientes com linfoma, sepse, linfo-histiocitose hemofagocítica ou síndrome da ativação macrofágica. Níveis séricos elevados de sCD25 fazem parte dos critérios diagnósticos para linfo-histiocitose hemofagocítica primária estabelecidos em 2004. Finalmente, o marcador também contribui para monitorar a atividade e a resposta terapêutica em diversas doenças inflamatórias sistêmicas.


Consultoria médica

Dr. Luis Eduardo Coelho Andrade

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Dr. Sandro Felix Perazzio

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