Mudança de metodologia facilita avaliação do perfil de resistência do HIV-1 aos medicamentos antirretrovirais

O HIV, um retrovírus, possui alta taxa de replicação, o que favorece o aparecimento de mutações.

O HIV, um retrovírus, possui alta taxa de replicação, o que  favorece o aparecimento de mutações, que, quando associadas ao uso de antirretrovirais (ARV), podem produzir resistência a essas drogas e diminuir sua eficácia. Outro  importante fator relacionado ao aumento da carga viral e à  consequente falha na terapia é a não adesão ao tratamento, que igualmente leva à resistência às medicações ARV. 

Segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde  (OMS) publicado em 2020, cerca de 64% dos países com alta  taxa de infecção por HIV mantêm planos de ação nacionais  para prevenir e monitorar a resistência aos medicamentos  específicos e responder à sua ocorrência. A OMS incentiva a  monitoração da resistência também nas pessoas que estejam iniciando a terapia antirretroviral, denominada resistência  pré-tratamento. A entidade ainda recomenda que, quando a  frequência de resistência pré-tratamento atinja 10% ou mais,  o esquema antirretroviral de primeira linha preconizado no  país seja substituído urgentemente por outro mais robusto.

O Fleury agora passou a utilizar o sequenciamento de  nova geração (NGS) para o exame de genotipagem do HIV-1, que avalia com maior sensibilidade a resistência aos ARV.  Ao sequenciar as regiões codificantes da protease (códons  1-99), da transcriptase reversa (códons 1-320) e da integrase  (códons 1-288) do vírus, cobrindo as regiões-alvo em, pelo  menos, 500 vezes, o exame é capaz de identificar o padrão  de resistência do HIV-1 em 100% das amostras com carga viral superior ou igual a 1.000 cópias/mL e em 95% das amostras com resultado superior ou igual a 500 cópias/mL.

A análise da combinação de mutações, quando presentes, possibilita inferir o perfil genotípico de resistência aos medicamentos, usando, para tal, o algoritmo de um banco de dados público curado (Stanford University HIV Drug Resistance Database), atualizado regularmente e reconhecido em nível mundial como ferramenta de escolha para esse  fim. O teste ainda analisa de forma adequada os subtipos B  e não B do HIV-1. O ganho em sensibilidade e a avaliação  simultânea das três principais classes de medicamentos permitem a adoção de conduta mais precoce nos casos de falha  virológica confirmada.

É importante lembrar que o perfil de resistência genotípica não necessariamente reflete o fenótipo do vírus quando  exposto às drogas. Da mesma forma, a interpretação do resultado deve considerar o histórico de esquemas de tratamento usados pelo paciente.

Ficha técnica


CONSULTORIA MÉDICA 

Dra. Carolina S. Lázari 

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Dr. Celso Granato 

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