Neurossonografia fetal possibilita avaliação detalhada do cérebro e da coluna do feto

Com uma frequência estimada em 1,4 a 1,6 por 1.000 nascidos vivos, as malformações do sistema nervoso central estão entre os tipos mais comuns de anomalias congênitas.

Com uma frequência estimada em 1,4 a 1,6 por 1.000 nascidos vivos, as malformações do sistema nervoso central estão entre os tipos mais comuns de anomalias congênitas e podem causar grande impacto para os pais. Esse impacto relaciona-se tanto à qualidade de vida das crianças afetadas como à chance de sobrevida. Como método diagnóstico pré-natal, a ultrassonografia apresenta boa taxa de eficácia para flagrar esse tipo de anomalia, com índices de detecção de 93%. Atualmente, porém, existe um recurso para avaliar em detalhes o desenvolvimento do cérebro do feto – a neurossonografia fetal.

O exame já se encontra disponível para realização com alguns especialistas da qquipe de Medicina Fetal do Fleury. A diferença entre a ultrassonografia convencional e a neurossonografia é que esta analisa outras estruturas, além das habitualmente observadas pelo estudo ultrassonográfico de segundo e terceiro trimestres. Pelo exame morfológico, o cérebro fetal fica bem acessível e sua avaliação se compõe de três cortes, o transventricular, o transtalâmico e o transcerebelar, por meio dos quais o médico examina cornos frontais, átrios, cavum do septo pelúcido, plexos coroides, tálamo, giro hipocampal, cerebelo, verme cerebelar e cisterna magna.

O exame neurossonográfico tem o acréscimo dos planos sagital, parassagital e coronal (transfrontal, transcaudado, transtalâmico e transcerebelar), o que possibilita estudar, com maior riqueza de detalhes, estruturas como fissura inter-hemisférica, lobo anterior, joelho do corpo caloso, cavum do septo pelúcido, cornos frontais, núcleo caudado, tálamo, fissura de Sylvius, corpo caloso, artéria pericalossal, fissura hipocampal, verme e hemisférios cerebelares, tenda cerebelar, tronco cerebral, IV ventrículo, cisterna magna e coluna fetal. A avaliação das suturas e fontanelas também permite análise crítica na investigação das craniossinostoses. Assim, o exame ajuda a esclarecer dúvidas diagnósticas sobre malformações cerebrais fetais, auxiliando o obstetra no aconselhamento sobre o desenvolvimento pós-natal e na conduta pré-natal.

A neurossonografia fetal está indicada para gestações com risco de malformação cerebral e nos casos suspeitos ou com presença de malformação na ultrassonografia. O exame pode ser realizado pelas vias abdominal e transvaginal entre 26 e 36 semanas, muito embora o período ideal para avaliação seja entre 28 e 34 semanas, quando o cérebro fetal se encontra desenvolvido o suficiente para permitir uma melhor avaliação das estruturas e também em posição adequada para obtenção dos cortes ultrassonográficos necessários.


Principais indicações da neurossonografia fetal
  • Malformação cerebral ou craniana na ultrassonografia morfológica ou no exame de rotina
  • Meningomielocele fetal (espinha bífida)
  • Infecção fetal (soroconversão na gestação): toxoplasmose, citomegalovírus, herpes e sífilis
  • Filho ou gestação anterior com malformação cerebral fetal ou craniossinostose
  • História pessoal ou familiar de malformação cerebral congênita

 

 

Consultoria médica

Dr. Enoch Quinderé de Sá Barreto

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Dr. Javier Miguelez

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Dr. Mário H. Burlacchini de Carvalho

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