Os distúrbios relacionados ao sono constituem um grupo de condições clínicas relativamente comuns na população geral e são considerados problemas de saúde pública por aumentarem a propensão a distúrbios psiquiátricos, déficits cognitivos, surgimento e agravamento de doenças cardiovasculares e redução da qualidade de vida.
Dentre os principais distúrbios, destaca-se a síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono, que deve ser corretamente diagnosticada para permitir o tratamento, obrigatório para a melhoria da qualidade de vida do doente, assim como para o aumento de sua expectativa de vida. A polissonografia realizada durante uma noite inteira é o método
padrão-ouro para o diagnóstico e para a avaliação da gravidade dos distúrbios do sono.
Os métodos de imagem, por sua vez, avaliam de forma complementar as estruturas não contempladas no exame clínico e no estudo polissonográfico, objetivando descobrir o local das vias aéreas superiores (VAS) que possivelmente causa as obstruções e, assim, analisar as melhores alternativas de tratamento para cada paciente.
O estudo radiográfico, a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) possibilitam detalhar os múltiplos fatores esqueléticos e de tecidos moles que afetam as dimensões das VAS e que podem predispor ao colapso, sobretudo naqueles pacientes nos quais se cogita a cirurgia. A TC e a RM podem também incluir protocolos dinâmicos durante a respiração (fast-TC e cine-RM).
Nesse contexto, a TC sobressai como o melhor método para avaliação do esqueleto maxilofacial e para obtenção de medidas das dimensões das VAS, como comprimento, distância da mandíbula ao osso hioide e largura e comprimento do palato mole. Embora essas informações igualmente possam ser fornecidas pelo estudo de cefalometria por radiografia, a TC melhora de forma significativa o contraste dos tecidos moles, permitindo medições mais precisas das áreas transversais em diferentes níveis, bem como a reconstrução 3D e volumétrica, apesar da desvantagem da maior radiação ionizante.
A RM estática (figura 1) oferece as mesmas vantagens da TC e não utiliza radiação ionizante. Contudo, tem alto custo e exige maior tempo de execução.
O estudo dinâmico das VAS por RM do pescoço, ou cine-RM do pescoço (figura 2), usa sequências com aquisições ultrarrápidas para examinar, de maneira dinâmica, grau de movimento, padrão de obstrução e anormalidades anatômicas das VAS durante as fases respiratórias. A RM tem sido uma importante ferramenta na avaliação e no planejamento cirúrgico, ajudando a identificar o local de obstrução, que, muitas vezes, pode ocorrer em períodos curtos durante a respiração e se mostrar evidente apenas durante as fases dinâmicas.
Figura 1: RM com cortes sagital na linha mediana (A) e axial (B) no nível da orofaringe exibe principais medidas cefalométricas na avaliação dos pacientes com apneia.
Figura 2: Estudo dinâmico de RM com sequências ponderadas em T1, realizado durante a respiração no plano sagital (A a C) e axial na altura do palato mole (localizador branco) (D-F) e no nível da base da língua (localizador vermelho) (G-I). A redução do calibre da coluna aérea só é caracterizada de forma mais evidente em parte do ciclo respiratório no nível do palato mole.
Consultoria Médica
Carlos Jorge da Silva
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