Painel genético para triagem neonatal

Feito por NGS, teste constitui novo recurso para pesquisa de mais de 350 doenças monogênicas.

Os avanços na genômica, que vieram na esteira da tecnologia do sequenciamento de nova geração (NGS), têm tornado viáveis e acessíveis na prática clínica testes que auxiliam o diagnóstico de doenças de origem genética, assim como a individualização de tratamentos e a avaliação de risco de desenvolvimento de enfermidades, entre outras importantes aplicações, com impacto relevante na saúde e no manejo de pacientes.

Um emprego promissor desses exames é no período neonatal, fase em que um diagnóstico precoce e preciso impacta toda uma vida. A genômica, nesse contexto, pode facilitar a detecção da etiologia genética de uma doença em uma criança já sintomática e ser útil na triagem neonatal, permitindo a identificação de alterações associadas a quadros ainda não manifestos, com possibilidade de mitigação de suas consequências por meio de intervenções precoces.

Desde a década de 1960, a Organização Mundial da Saúde preconiza a realização da triagem neonatal. Mais de 50 anos após sua implementação, inicialmente para a pesquisa apenas da fenilcetonúria, essa estratégia diagnóstica tem se expandido consideravelmente. O avanço nas técnicas laboratoriais, em particular com a espectrometria de massas em tandem, permitiu a inclusão de diversas doenças nesse rastreamento, tanto que, atualmente, a versão ampliada do exame investiga cerca de 40 condições clínicas que podem começar nos primeiros meses de vida. Tais programas são amplamente reconhecidos como uma medida de sucesso, uma vez que auxiliam a reduzir a mortalidade e a morbidade por diversas doenças potencialmente graves.

Contudo, os testes disponíveis ainda apresentam altas taxas de resultados falso-positivos, especialmente em bebês com um quadro agudo, internados em unidade de terapia intensiva, prematuros, com baixo peso ao nascimento ou sob cuidados nutricionais específicos, levando à necessidade de repetições de testes ou de exames adicionais, o que, em geral, costuma atrasar uma conclusão diagnóstica importante e a instituição terapêutica.

Indicações

Assim, sobretudo para esses grupos, mas não restrito a eles, é possível recorrer hoje à triagem neonatal por NGS, que possibilita diagnósticos precisos e de forma rápida de doenças monogênicas que podem se manifestar na infância e se beneficiam de uma intervenção precoce. Vale ponderar, no entanto, que o NGS não substitui a triagem convencional, uma vez que alguns testes bioquímicos podem ser superiores na detecção de determinados quadros. Ademais, o conhecimento incompleto das causas genéticas das doenças, por vezes, resulta na identificação de variantes de significado clínico incerto.

Dessa forma, recomenda-se que a triagem neonatal por NGS seja tanto realizada por meio de painéis que selecionam genes-alvo com associação estabelecida a doenças que se iniciam na infância ou para as quais uma intervenção precoce traga benefícios quanto indicada para a confirmação genética de enfermidades em recém-nascidos com triagem convencional anormal ou como exame complementar em crianças sob algum tipo de estresse ou nas quais uma pesquisa de uma gama maior de doenças seja de interesse.

Tais orientações ganham reforço com os resultados do Projeto BabySeq, que estudou os impactos positivos e negativos da triagem neonatal por NGS em larga escala e mostrou que 9,4% dos recém-nascidos assintomáticos ou sem fenótipo sugestivo de doença avaliados apresentaram alguma variante patogênica de risco para quadros que podem se manifestar ou, ao menos, ter intervenções possíveis na infância.

Disponível no Fleury Genômica, o painel genético para triagem neonatal por NGS inclui o seqüenciamento de mais de 400 genes relacionados a mais de 350 doenças, permitindo a identifi cação de variantes de nucleotídeo único (SNV) e pequenas inserções e deleções (indel), bem como variações no número de cópias (CNV), diminuindo as taxas de resultados falso-negativos. O teste também possibilita a identificação de portadores, ou seja, crianças com apenas uma cópia de uma variante alélica recessiva patogênica e que, mesmo assintomáticas, podem precisar de seguimento médico direcionado e regular.

Características da triagem neonatal por NGS

• Avalia, de forma simultânea, mais de 400 genes relacionados a mais de 350 doenças que podem se manifestar na infância ou para as quais uma intervenção precoce é possível e capaz de reduzir morbidade e mortalidade

• Configura um teste complementar à triagem neonatal convencional

• Pode ser realizada em qualquer faixa etária

• Não sofre interferência da idade gestacional, do peso ao nascimento ou de estresse metabólico ou nutricional

• Pode ser realizada em amostra de sangue, de saliva* ou de swab da bochecha*

• Está disponível em todo o Brasil por meio da plataforma Fleury Genômica

*Somente em hospitais ou por solicitações feitas no site www.fleurygenomica.com.br


Painel genético para triagem neonatal por NGS

Método: NGS. O ensaio permite a identifi cação de SNV e indel, bem como de CNV que compreendam três ou mais éxons dos genes estudados.

Amostra: sangue, saliva ou swab da bochecha (kits específicos).

Prazo de resultados: em até 30 dias.

Genes estudados:



Consultoria médica

Dra. Caroline Olivati

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Dr. Wagner Antonio da Rosa Baratela

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