Pesquisa de anticorpos antinucleossomo no diagnóstico e monitoramento do lúpus

Autoanticorpo é bastante específico e precoce para detectar a doença.

O anticorpo antinucleossomo faz parte do complexo de autoanticorpos contra antígenos da cromatina, composta por DNA dupla hélice (dsDNA), histonas e outras proteínas agregadas.

Anticorpos anti-dsDNA são biomarcadores consagrados para diagnóstico e monitoramento do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Já os anticorpos anti-histonas têm pouca especificidade para o LES. Por outro lado, os anticorpos antinucleossomos apresentam excelente desempenho diagnóstico para a doença, com sensibilidade de até 78% e especificidade de 95%, segundo a experiência do Fleury. Além disso, há evidências clínicas e experimentais de que os esses marcadores consigam identificar a história natural do LES mais precocemente.

O exame complementa o rastreamento de autoanticorpos por imunofluorescência indireta em células HEp-2 – teste conhecido como FAN –, ao lado de outros marcadores específicos para essa investigação, como os anticorpos anti-DNA, anti-Sm e anti-P ribossomal.

Assim como no caso do anti-DNA, os níveis séricos dos anticorpos antinucleossomo costumam acompanhar a atividade do LES, o que pode representar um auxílio para monitorar o tratamento desses pacientes.

O marcador está associado com o FAN de padrão nuclear homogêneo (AC-1) (figura 1), à semelhança do anti-DNA, e pode estar presente em pacientes lúpicos que não têm o anti-DNA.

O que é nucleossomo?

Na estrutura da cromatina, o DNA está estruturalmente organizado em um arranjo concatenado, como um colar de contas. Essas “contas” representam os nucleossomos, que consistem em um segmento de DNA (146 pares de base) firmemente enrolado em um núcleo de oito moléculas de histonas (2 H2a, 2 H2b, 2 H3 e 2 H4). Os anticorpos antinucleossomo reagem a epítopos supramoleculares formados pela junção desses componentes.



Consultoria médica

Dr. Luis Eduardo Coelho Andrade
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Dr. Sandro Felix Perazzio
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