Radiologia: o contraste chega à ultrassonografia, trazendo mais possibilidades diagnósticas | Revista Médica Ed. 4 - 2016

De uso corrente na Europa e nos EUA desde a última década e liberado pela Anvisa em 2013, o agente de contraste ultrassonográfico Sonovue® (Bracco – Itália) apresenta-se como uma nova ferramenta diagnóstica relacionada à ultrassonografia.

De uso corrente na Europa e nos EUA desde a última década e liberado pela Anvisa em 2013, o agente de contraste ultrassonográfico Sonovue® (Bracco – Itália) apresenta-se como uma nova ferramenta diagnóstica relacionada à ultrassonografia, configurando uma alternativa nos casos em que a tomografia computadorizada e a ressonância magnética são contraindicadas.

 

O contraste ultrassonográfico fica confinado ao espaço vascular e tem poucas contraindicações, que se restringem a doenças cardíacas isquêmicas recentes ou instáveis, desvios direita/esquerda conhecidos e hipertensão pulmonar grave. Por não ser nefrotóxico, não há necessidade de testes sanguíneos preliminares e a taxa de reações anafiláticas possivelmente fatais reportadas é extremamente baixa, menor que 0,002%. Entretanto, seu uso ainda não foi aprovado no Brasil para mulheres grávidas, lactantes e crianças.


Quando usar essa modalidade de ultrassom?


Após injeção do Sonovue® em veia periférica, é possível avaliar, de maneira dinâmica, a presença e o padrão de realce do meio de contraste durante sua passagem pelo órgão estudado. Entre as principais aplicações, destacam-se:


  • Investigação e controle de nódulos hepáticos por meio do acompanhamento em tempo real do padrão de realce durante as fases arterial e portal, particularmente em nódulos incaracterísticos à ultrassonografia que mereçam atenção especial ou no controle após embolização de lesões malignas. Por outro lado, há limitação desse estudo em nódulos menores que 1,0 cm, em posição muito profunda e em pacientes com esteatose hepática significativa, quando a avaliação pode ficar comprometida.
  • Estudo de estruturas vasculares para controle pós-tratamento com endopróteses vasculares, detecção e seguimento de extravasamentos (endoleak) e caracterização de fluxo em artérias possivelmente obstruídas, o que também previne a sobrecarga de contraste iodado e a radiação em estudos angiotomográficos subsequentes.
  • Diferenciação de lesões focais não vascularizadas, como cistos, abscessos, hematomas e áreas de isquemia, permitindo ainda avançar na caracterização das lesões vascularizadas em qualquer órgão, desde que acessíveis e com dimensões mínimas à ultrassonografia convencional.

 

Hepatocarcinoma caracterizado, ao estudo ultrassonográfico com contraste, por artéria nutriente com aspecto “em garra”, realce arterial progressivo e global e rápido washout na fase tardia.


 


Assessoria Médica
Dr. André Paciello Romualdo
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