Entidade publica diretrizes sobre a conduta em gestantes e recém-nascidos em casos de surto da infecção pelo vírus
Em decorrência do alerta mundial sobre a disseminação do Zika vírus na Oceania e na América e de sua associação com microcefalia em fetos e recém-nascidos (RN), o Centers of Disease Control and Prevention (CDC) norte-americano publicou, em janeiro último, duas diretrizes sobre a conduta que os profissionais de saúde devem tomar em gestantes que viajaram para áreas de risco e em crianças nas situações de surto dessa infecção.
Durante a gestação, a doença pode ocorrer em todos os trimestres e a transmissão maternofetal já foi confirmada. Entretanto, ainda não há conhecimento sobre as taxas de incidência na gravidez e não existem evidências de que as gestantes sejam mais suscetíveis ou experimentem sintomas mais graves ao longo do período gestacional. Assim, as diretrizes provisórias orientam que grávidas ou mulheres que planejam engravidar não viajem para regiões onde há surto da infecção, que incluem 14 países e territórios na América Central e do Sul, bem como o Caribe.
Outra recomendação é questionar as gestantes sobre viagem recente às áreas de transmissão do vírus e, em caso de relato afirmativo, inquiri-las sobre a ocorrência de febre, exantema, dores musculares ou conjuntivite durante a viagem ou até duas semanas após a volta para determinar os passos seguintes da investigação (veja algoritmos). Vale destacar que somente as que tiveram esses sintomas devem ser testadas para o Zika, assim como para os vírus da dengue e o Chikungunya, diz o CDC.
Com a participação de pediatras
Nas mulheres infectadas na gravidez, a preocupação reside na possibilidade de potenciais malformações cranianas e cerebrais nos RN. As diretrizes provisórias do CDC para avaliação, diagnóstico e conduta nos bebês com possível infecção congênita pelo Zika foram desenvolvidas em conjunto com a Academia Americana de Pediatria e englobam tanto os RN com microcefalia ou calcificações intracranianas detectadas no pré-natal ou ao nascimento quanto aqueles sem esses achados, mas considerados de risco devido à exposição materna.
Nessa situação, recomenda-se pesquisar o Zika no RN por RT-PCR e pela sorologia, assim como afastar a possibilidade de dengue. A amostra inicial pode ser obtida do cordão umbilical ou diretamente do bebê, até dois dias após o nascimento. Os mesmos exames ainda são preconizados no liquor, caso esse material tenha sido coletado para outros estudos.
Diante de possível infecção congênita pelo Zika, os RN devem passar por avaliação clínica adicional, com exame físico completo, estudo de anormalidades neurológicas, ultrassom craniano e avaliação oftalmológica e auditiva, entre outras que se façam necessárias, dependendo dos achados clínicos. Na presença de microcefalia ou calcificações intracranianas, convém consultar geneticista e neurologista pediátrico e pesquisar outras infecções congênitas, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, herpes e coriomeningite linfocitária, bem como fazer hemograma e testes de função hepática (ALT, AST, bilirrubinas).
Como não existe terapêutica antiviral específica para combater o Zika, o cuidado é principalmente de suporte para os RN. As diretrizes do CDC orientam que, independentemente dos resultados dos exames, as mães amamentem seus bebês, visto que os benefícios dessa prática superam a potencial transmissão vertical do vírus via aleitamento.
ASSESSORIA MÉDICA |
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Infectologia Dra. Carolina dos Santos Lazari [email protected] Dr. Celso Granato [email protected] Medicina Fetal Dr. Mario H. Burlacchini de Carvalho [email protected] Pediatria Dra. Janete Kamikawa [email protected] |
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