Meu paciente não sabe se a dose que recebeu da vacina contra a febre amarela foi a inteira ou a fracionada e precisa viajar para a região do Acre, tendo dúvidas se precisa tomar a dose-padrão. Existe algum exame disponível para testar a imunidade contra o vírus?
A sorologia para a pesquisa de anticorpos da classe IgG contra a febre amarela, que o Fleury começou a realizar recentemente por método de imunofluorescência indireta, tem potencial para contribuir com essa avaliação.
A vacina disponível em todo o mundo, composta por vírus vivos atenuados, produz uma viremia relativamente baixa, que diminui depois de quatro a sete dias. De forma simultânea, desenvolve-se uma resposta humoral iniciada por anticorpos do tipo IgM ao redor do quinto dia em diante. Logo em seguida, por volta do sétimo dia, inicia-se a produção de IgG, de modo que, em torno de dez dias após a administração do imunizante, considera-se a pessoa protegida contra a infecção pelo vírus da febre amarela.
Embora essa resposta não possa ser diferenciada daquela induzida por uma infecção natural, em indivíduos vacinados, a presença de anticorpos da classe IgG em títulos superiores a 1/10 pode ser considerada indicativa de imunidade vacinal.
Os anticorpos neutralizantes advindos da vacinação contra a febre amarela podem ser detectados por várias décadas. Como o imunizante é altamente eficaz, a confirmação de resposta adequada por meio de exame sorológico não é indicada rotineiramente. Por outro lado, a sorologia pode ser útil em situações particulares, como avaliação de resposta em imunossuprimidos ou, ainda, verificação da persistência da imunidade em pessoas vacinadas com dose fracionada.
Imunização fracionada
A estratégia de fracionamento da vacina contra a febre amarela, adotada em três Estados brasileiros em 2018, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde quando há aumento expressivo de epizootias e de casos de febre amarela silvestre, com risco de expansão da doença em áreas com elevado índice populacional e que não tinham recomendação para vacinação anteriormente – ou seja, necessidade de vacinar grande número de pessoas em curto intervalo de tempo e, portanto, possibilidade de escassez de imunizantes. Já há, na literatura científica, descrição de epidemias que puderam ser controladas com a adoção dessa estratégia.
A dose fracionada corresponde a um quinto (0,1 mL) da dose-padrão (0,5 mL) e, segundo últimos estudos realizados pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz), é imunogênica e elicita anticorpos neutralizantes que persistem detectáveis em mais de 85% dos vacinados por, pelo menos, oito anos. Sendo assim, indivíduos que a receberam precisam ser revacinados somente após esse período ou antes, em caso de viagem a países que requerem o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia, que não pode ser concedido sem que tenha sido administrada a dose completa.
Se houver, antes de oito anos, risco de exposição em áreas de transmissão no território nacional, vale considerar a avaliação sorológica da presença dos anticorpos, podendo ser antecipada a revacinação se o resultado da pesquisa de IgG for negativo.
Consultoria Médica
Dra. Carolina Lázari
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Dr. Celso Granato
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