Sorologia para Covid-19 deixa de pesquisar anticorpos IgM

Seguindo recentes recomendações, teste passa a contemplar apenas anticorpos totais e IgG.

O conhecimento acerca da produção de anticorpos em resposta à infecção por Sars-CoV-2 vem aumentando com o passar dos meses desde o início da pandemia, embora nem todos os seus aspectos estejam completamente esclarecidos. Nesse contexto, algumas recomendações relativas aos testes sorológicos têm sido modificadas à medida que esse conhecimento avança, a exemplo da utilização da pesquisa de IgM como recurso para o diagnóstico da Covid-19 em sua fase aguda.

Diferentemente de outras doenças infecciosas, a pesquisa de IgM contra Sars-CoV-2 não apresenta alta sensibilidade na fase precoce da doença (nos primeiros sete dias) e, ao contrário da IgG, não exibe aumento significativo de seus níveis com o decorrer do tempo, de modo que o uso desse teste para o diagnóstico de infecção recente pode gerar resultados falsamente negativos.

Por outro lado, pode haver problemas de especificidade da pesquisa, resultando em falso-positivos que muitas vezes acarretam medidas de isolamento e afastamentos ocupacionais desnecessários. Do mesmo modo, ensaios comerciais diferentes podem detectar a IgM por períodos de tempo variáveis após a fase aguda da infecção, o que dificulta ainda mais a interpretação dos resultados.

Nesse cenário, sociedades científicas como a Sociedade Americana de Doenças Infecciosas não recomendam a utilização de sorologia para o diagnóstico de Covid-19 em atividade – momento em que são recomendados os testes diretos, sejam moleculares, sejam baseados em antígenos. Quando houver indicação de testes sorológicos para fins clínicos ou epidemiológicos, as entidades preconizam o uso daqueles que pesquisam anticorpos totais ou IgG, marcadores de infecção pregressa.

Em consonância com as mais recentes recomendações, portanto, o Fleury passou a realizar, em seu teste de sorologia para Covid-19, apenas a pesquisa de anticorpos totais e de IgG. A pesquisa de IgM continua disponível, porém será feita somente quando o pedido médico ou o paciente explicitarem a necessidade de realização desse teste especificamente, e não mais de maneira automática como parte do conjunto da sorologia.  

Essa decisão, vale assinalar, está alinhada com as diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que definem cobertura obrigatória por planos de saúde apenas das pesquisa de anticorpos totais ou de IgG, desde que em situações bem estabelecidas.

 

Consultoria médica

Dra. Carolina Santos Lázari
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Dr. Celso Granato
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