Testes genéticos: você conhece os principais métodos?

Existem distintas metodologias, que variam em complexidade

Os exames em genética tiveram um enorme avanço nos últimos anos e estão sendo cada vez mais incorporados à prática clínica, revolucionando a medicina mais recente. Quando bem indicados, constituem importante recurso laboratorial e possibilitam não somente o diagnóstico preciso de inúmeras doenças hereditárias e o estabelecimento de risco individual de desenvolvimento de enfermidades, mas também a avaliação prognóstica e a escolha direcionada de tratamento, tanto na Oncologia quanto em outras diversas especialidades médicas.

Atualmente, tais testes conseguem detectar diferentes níveis de alterações genéticas, que podem afetar desde o número total de cromossomos até um único nucleotídeo. Nesse contexto, existem distintas metodologias, que variam em complexidade. Conheça, abaixo, de forma resumida, algumas das principais técnicas utilizadas e conte com a consultoria médica do Fleury para a escolha do exame e do método mais adequado para seus pacientes.


Métodos disponíveis no Fleury


Cariótipo

- Com estreia na prática clínica na década de 1950, o cariótipo avalia os 22 pares de cromossomos autossômicos e o par de cromossomos sexuais, tendo utilidade sobretudo para identificar condições que cursam com alterações cromossômicas numéricas. A técnica ainda pode detectar alguns tipos de translocações ou inversões e até pequenas alterações da ordem de 5 a 10 megabases, como determinadas deleções.


Hibridação in situ por fluorescência (FISH)
- A FISH, introduzida por volta da década de 1980, baseia-se no princípio de usar sondas de DNA marcadas com fluorescência, que se ligam a sequências específicas e predeterminadas de nucleotídeos de interesse. O método, portanto, é capaz de identificar
microdeleções e microduplicações associadas a algumas síndromes genéticas e, dentro da área oncológica, consegue flagrar alterações cromossômicas conhecidas que podem direcionar prognóstico e tratamento.


Amplificação multiplex de sondas dependente de ligação (MLPA)
- Técnica genético-molecular semiquantitativa, a MLPA possui, como base, a PCR multiplex e utiliza mais de 40 sondas de forma simultânea, cada qual específica para uma sequência
de DNA, que inclui éxons de genes de interesse com o objetivo de avaliar o número relativo de cópias de cada sequência-alvo. Existem hoje mais de 300 conjuntos de sondas específicas disponíveis para uma grande variedade de variantes genômicas comuns ou raras, que podem ser selecionadas de acordo com a necessidade clínica. Desse modo,
é possível empregar o método como ferramenta inicial de pesquisa diagnóstica em pacientes com quadros eventualmente associados a rearranjos cromossômicos, caso do atraso global do desenvolvimento e da deficiência intelectual.


Sequenciamento do DNA
- No começo do século 21, o Projeto Genoma Humano completou a primeira análise de todo o genoma humano, tendo identificado mais de 20.000 genes codificadores de proteínas e mais de 2 milhões de polimorfismos de nucleotídeo único. Desde então, houve um enorme avanço nas tecnologias de sequenciamento, com destaque para o sequenciamento massivo paralelo ou de nova geração (NGS), que permitiu o amplo uso do método na prática clínica, uma vez que analisa milhares de pequenos fragmentos do DNA em paralelo, ou seja, de uma só vez. Com o NGS, é possível sequenciar desde um único gene de interesse ou grupos de genes predeterminados em painéis multigenes até todo o
exoma. Para a análise dos dados obtidos, a técnica se vale de ferramentas de bioinformática que comparam os fragmentos mapeados a um genoma de referência,
possibilitando a detecção de variantes que, de acordo com o conhecimento atual, são classificadas em benignas, patogênicas ou de significado indeterminado.  O NGS consegue reconhecer desde a troca de uma única base até inserções, deleções, inversões e translocações, com ampla utilidade na investigação de alterações genéticas tanto germinativas, associadas a doenças de etiologia genética, como as condições
monogênicas, e a síndromes de predisposição ao câncer, quanto somáticas, a exemplo do estudo molecular de tumores.


CGH/SNP-array
- O CGH/SNP-array configura uma plataforma de triagem genômica de alta resolução, que usa um arranjo com milhares de sondas capazes de hibridizar grande parte do DNA do paciente. A partir de diferenças identificadas entre cada sonda e sua região correspondente no DNA avaliado, o método detecta variações no número de cópias em praticamente todo o genoma em uma resolução muito maior que a do cariótipo, da ordem de 25 a 250 mil pares de base. Os rearranjos cromossômicos reconhecidos pela técnica podem abranger vários genes e estão entre as principais causas genéticas de diversos quadros, especialmente os neurológicos de início na infância, que cursam com atraso global do desenvolvimento, deficiência intelectual e transtornos do espectro autista, entre outras manifestações.


CONSULTORIA MÉDICA


Dr. Wagner Antonio da Rosa Baratela
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